Com o objetivo de encontrar soluções inovadoras para a mobilidade urbana, a Associação Nacional das Empresas e Transportes Urbanos (NTU) lançou, nesta terça-feira (7/5), o programa Coletivo. O evento ocorreu na Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília, e contou com a participação do presidente executivo da associação, Otávio Cunha, e o coordenador do Conselho de Inovação da NTU, Edmundo Pinheiro. Segundo Cunha, o Coletivo é o primeiro programa do país voltado para o desenvolvimento de transportes públicos coletivos, e não individuais. ;Pretendemos dar mais competitividade e atratividade ao transporte público. As cidades não têm como serem sustentáveis se não trabalharem a mobilidade em prol do coletivo;, pontua o presidente da NTU.
Inspirado nos modelos de transporte urbano de outras cidades e países, como o de Anápolis e Curitiba, o programa reunirá empresas operadoras e entidades do setor de transporte público por ônibus de todo o país em uma Rede de Inovação em Mobilidade Urbana, a fim de reinventar a forma como o cidadão brasileiro se desloca. Além disso, um algoritmo exclusivo será criado e disponibilizado para empresas de transportes urbanos. O empresário e coordenador do Conselho de Inovação da NTU, Edmundo Pinheiro, justificou a formação do programa como uma tentativa de valorizar e reinventar o transporte público. ;A rede de transporte público se sustenta com viagens curtas. Com o surgimento de cada vez mais transportes individuais, o uso dos ônibus e sistemas metroviários caiu bastante. Além disso, o custo para as cidades terem sua infraestrutura baseada em transporte individual sairia muito caro;, explica.
Segundo o empresário, outro fator que impede a melhoria do transporte público coletivo vem da descontinuidade administrativa que ocorre em grande parte dos municípios. ;O serviço de mobilidade é regularizado pelo estado, que define os preços de tudo. Se um empresário tem uma ideia inovadora, ele dependerá do estado para colocá-la em prática. Por isso, terá que acontecer uma flexibilização da legislação para que possamos fazer nosso serviço;, afirma. Pinheiro ainda ressalta que o programa não usará investimentos públicos, e que o financiamento ocorrerá por meio das parcerias em desenvolvimento: ;Também contaremos com conexões com empresas de tecnologia, mas assumimos um compromisso de forma que não precisaremos de investimentos públicos;.
Com ajuda de uma rede de parceiros, ainda em formação, o programa tem como desafio o fortalecimento da imagem do transporte público e de sua reputação. ;Por causa do alto preço que as pessoas pagam para usar o transporte, o setor de transportes brasileiro é mal visto pela população. Queremos tornar o transporte público mais atraente e competitivo. Um setor focado no mercado, na inovação, e principalmente, na população, com certeza terá uma melhor reputação;, alega Pinheiro.
Já Otávio Cunha entende que os principais problemas atuais do setor de transportes públicos se encontra no desperdício de serviços. Segundo ele, uma das missões do Coletivo é fortalecer o sistema de transporte sob demanda. ;Hoje em dia, os serviços são ofertados em um quadro de horários muito rígido, que nem sempre leva em consideração dias de chuva, dias de sol e outros fatores. Isso acaba gerando muito desperdício. Nós podemos fazer uma oferta e um planejamento otimizado da oferta através de novas tecnologias de produtos. Vamos contribuir para tornar o serviço de transporte mais eficiente, mais barato, e ao mesmo tempo, com maior oferta;, explica.
O Secretário de Mobilidade Nacional, Jean Carlos Pejo, garante que o programa terá o apoio da secretaria. ;Precisamos agregar cada vez mais tecnologia e inovação ao modelo de transporte urbano. A forma como o Coletivo está sendo desenvolvido é positiva porque conta com a participação de vários segmentos nacionais;, avalia o secretário. ;É uma iniciativa interessante para todas as cidades brasileiras, e vai contar sempre com o apoio da nossa secretaria, para que seja implantado dentro do programa de políticas públicas;.