"Não dá mais para suportar os números de violência contra a mulher", disse. No entanto, mesmo ao se dizer aflita, Damares também afirmou acreditar no avanço do tema. "Os números nos assustam, mas estamos construindo uma nova nação. Estamos sonhando com uma nação que a mulher será protegida", disse. O Seminário Regional de Promoção e Defesa da Cidadania foi realizado pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) e tratou de temas como a violência contra a mulher e prevenção ao suicídio.
Para evoluir nas políticas públicas que protegem a mulher, a ministra convocou os homens para defenderem a causa. ;Se a gente se acomodar que essa é uma luta da bancada feminina, imagina no Goiás que só tem duas mulheres entre os deputados estaduais eleitos? É uma luta e causa de todo parlamento;, reforçou.
Damares também negou novamente que pediu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, para deixar o cargo. De acordo com a revista Veja, a ministra havia feito o pedido ao chefe do palácio do Planalto por cansaço e para cuidar da saúde. A ministra já havia contestado a notícia através de uma nota, mas reforçou que não irá sair do governo. ;Foi um grande mal-entendido. Não vou sair e tenho saúde e energia para mais 100 anos de governo;, afirmou.
Prevenção ao suicídio
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, também esteve presente no evento e falou sobre a Lei 13.819/2019, sancionada em abril, que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio. O texto torna obrigatória a notificação dos casos de violência autoprovocada, como o suicídio, a tentativa de suicídio e a automutilação, por estabelecimentos de ensino e de saúde públicos e privados.
Para o ministro, uma das principais dificuldades da criação de políticas públicas na área é a qualidade da informação coletada. "Os dados subnotificados são uma dificuldade. A qualidade dos dados que temos também", analisou. O ministro da cidadania elogiou o trabalho de Damares em relação ao tema em sua fala. "Sem ela, o projeto de lei não teria sido aprovado com essa velocidade", afirmou.
A pastora concordou com o ministro ao citar a falta de dados. "Para construir políticas públicas temos que ter números. Não podemos trabalhar com achismos. Vamos ter que quebrar tabus e começar a falar sobre automutilação e suicídio", disse.