Passageiros que embarcarem no Aeroporto Juscelino Kubitschek devem ficar atentos. A partir de hoje, as bagagens de mão que estiverem acima do tamanho padrão terão que ser despachadas, estando sujeitas a cobranças de acordo com o tipo de franquia contratado para a viagem. Ontem, foi o último dia de orientação aos passageiros em Brasília sobre o que pode ser transportado na cabine durante o voo. Outros três aeroportos também aderiram à medida: Afonso Pena (Curitiba); Viracopos (Campinas-SP) e Aluízio Alves (Natal). As empresas aéreas brasileiras começaram, neste mês, a intensificar a fiscalização do tamanho das bagagens de mão em voos nacionais.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o objetivo da medida é agilizar o fluxo dos clientes nas áreas de embarque e evitar atrasos. As malas de bordo ou de mão podem ter 55cm de altura por 35cm de largura e 25cm de profundidade e peso máximo de 10 kg (veja figura ao lado). Essas dimensões incluem as rodinhas e alças. Além da mala, o passageiro pode levar mais um item pessoal, como uma mochila pequena ou uma bolsa.
Importante ressaltar que as companhias disponibilizam tarifas que incluem gratuitamente o despacho de bagagem. Os clientes podem verificar, antes da viagem, se o tipo de tarifa inclui a bagagem despachada, que pode ser adquirida a qualquer momento com desconto pelos canais digitais das companhias. Nas quatro aéreas ; Latam, Gol, Azul e Avianca Brasil ;, o valor da bagagem despachada varia entre R$ 59 e R$ 220.
Em 2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou uma resolução que dá ao passageiro o direito de levar na cabine uma bagagem de mão de até 10 quilos e autorizou a cobrança de bagagens despachadas. Atualmente, bagagens de até 23kg em voos nacionais e 32kg em internacionais são cobradas à parte, com um valor adicional ao da passagem. Cada empresa estabelece o critério de cobrança e as dimensões das malas.
Pelo Brasil
Alguns aeroportos ainda estão em período de orientação dos passageiros, como o de Confins (Belo Horizonte); Pinto Martins (Fortaleza); Guararapes ; Gilberto Freyre (Recife); Val-de-Cans ; Júlio Cezar Ribeiro (Belém), que terão a medida implementada a partir de 2 de maio. Os terminais Santa Genoveva (Goiânia); Salgado Filho (Porto Alegre); Congonhas (São Paulo); Galeão ; Tom Jobim (Rio de Janeiro)e Santos Dumont (Rio de Janeiro) começarão a obrigar o despacho de malas fora do padrão em 13 de maio. E, por último, em 23 do mês que vem, será a vez do Aeroporto Luís Eduardo Magalhães (Salvador) e Internacional de São Paulo (Guarulhos-SP).A funcionária pública Lúcia Maria Teles, 68 anos, estava de passagem por Brasília. Ontem retornou para casa, em Salvador. Próximo ao portão de embarque, passou pela orientação sobre o tamanho da bagagem de mão. Se a medida já estivesse valendo, a mala teria de ser despachada por apresentar um ;estufamento;, segundo o fiscal que a atendeu. ;Acho que deve ter um padrão, mas também deveria ter taxas mais baratas. Decidiram cobrar pelo despacho, prometendo reduzir o valor da passagem, mas isso não aconteceu. O problema é que, no fim, sempre sobra para o consumidor;, reclamou.
A funcionária pública Claudina Vasquez, 50, que seguia rumo ao Rio de Janeiro não gostou da novidade, mas de antemão preparou uma mala pequena. ;A gente já paga tanto imposto, daí adicionam mais uma coisa. Não dá. Do jeito que estava antes, era melhor. Tudo fluía. Agora, penso que essa é mais uma maneira de ganhar dinheiro em cima do consumidor;, disse.