Jornal Correio Braziliense

Brasil

Após mortes, Crivella promete rever protocolo para acionamento de sirenes

Prefeito do Rio diz que falta 'histórica' de investimento contra os danos da chuva colabora para estragos

No início da manhã desta terça-feira (9/3), mais de 12 horas após o início das chuvas, o prefeito Marcello Crivella (PRB) concedeu entrevista coletiva pedindo para que a população evite sair às ruas. Além da grande quantidade de chuvas em curto período de tempo, Crivella disse que a falta de investimento "histórica" na cidade e a falta de ajuda do governo federal colaboram para os estragos.

O prefeito do Rio disse que a prefeitura irá rever o protocolo para acionamento de sirenes nas favelas da cidade. O sistema - que alerta os moradores para o risco de deslizamento quando há fortes chuvas - não evitou que duas pessoas morressem soterradas no Morro da Babilônia, na zona sul, na noite de segunda-feira (8/4). "Sem dúvida esse incidente na Babilônia vai nos fazer rever essa situação", disse o prefeito. "Vamos estudar, nesses lugares críticos, diminuir ainda mais o índice pluviométrico, para tentar remediar problemas."

As sirenes são acionadas quando o índice pluviométrico atinge 45 milímetros, acima do que caía no morro no momento do deslizamento. Segundo Crivella, choveu 39 milímetros em uma hora no Morro da Babilônia. "Temos milhares de famílias morando em áreas de risco, temos todos os rios e lagos poluídos, 11 mil quilômetros de estradas que precisam ser asfaltadas, 750 mil bueiros entupidos", discursou o prefeito, que alega falta de recursos.

"Nossas parcerias com o governo federal, nesse primeiro ano de governo Bolsonaro, praticamente pararam", sustentou, afirmando que até mesmo contratos que foram assinados no ano passado, na gestão de Michel Temer, dependem de autorização do atual governo para serem colocados em prática.

Aulas suspensas


As aulas da rede municipal de ensino foram suspensas. "Decretamos feriado nas escolas e pedimos para que ninguém que não precisa saia às ruas. As chuvas que caíram são anormais, nenhum de nós esperava um volume desses", disse Crivella durante entrevista no Centro de Operações Rio (COR).

Crivella informou ainda que as regiões mais afetadas foram as zonas sul e oeste, e que deslizamentos graves só foram observados no morro da Babilônia, no Leme. Segundo ele, 785 pontos da cidade estão sem luz e algumas das principais vias da cidade foram fechadas por segurança, como a Grajaú-Jacarepaguá e o Alto da Boa Vista.



Ainda de acordo com o prefeito, cinco mil funcionários do município estão nas ruas na manhã desta terça trabalhando para minimizar os estragos causados pela chuva. Crivella diz acreditar que a situação irá se normalizar nas próximas horas, mas ainda insistiu para que a população evite sair às ruas - e, caso isso seja necessário, que utilize o transporte público.

O governador do Estado, Wilson Witzel (PSC), decretou ponto facultativo na região metropolitana do Rio e cancelou sua agenda externa, enquanto as aulas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também foram suspensas.

Mortes e transtornos


As fortes chuvas que caem sobre o Rio de Janeiro, desde o início da noite de segunda-feira (84/), provocaram a morte de pelo menos três pessoas, interditam diversas vias da cidade e provocam alagamentos em todas as regiões da capital. Ainda chovia na capital às 9h desta terça.

5 mil homens

O prefeito disse que mais de cinco mil homens estão trabalhando para tentar minimizar os problemas trazidos pela forte chuva que cai na cidade desde o início da noite de segunda-feira, e que deixou, até o momento, três vítimas fatais. O prefeito disse que o Centro de Operações funcionou durante toda a noite e que vai continuar trabalhando durante todo o dia de hoje para tentar evitar mais tragédias.