O temporal que atinge o Rio de Janeiro desde o início da noite desta segunda-feira, 8, alagou ruas, derrubou árvores e destruiu carros em vários bairros. A força da água também teria causado o desabamento de mais um trecho da ciclovia Tim Maia, projetada para ligar o Leblon, na zona sul, à Barra da Tijuca, na zona oeste. Não havia registro de feridos ou de pessoas desabrigadas até as 23h.
A cidade entrou em estágio de atenção às 18h35 e passou para o estágio de crise às 20h55 - o mais grave de três níveis de risco, segundo a escala usada pela Prefeitura. Segundo a administração, em quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando a chuva causou a morte de seis pessoas. Até as 23h, a Defesa Civil havia acionado 39 sirenes em 20 comunidades. Bombeiros haviam recorrido a botes para retirar alunos de uma escola na Gávea (zona sul).
Nas primeiras horas, o bairro mais afetado era o Jardim Botânico, na zona sul, onde em quatro horas choveu 155,4 milímetros, mais que o esperado em todo o mês de abril, que é 136 mm, segundo a prefeitura do Rio. Dezenas de carros foram arrastados pela água e até o calçamento foi arrancado pela força da enxurrada.
O segundo bairro onde mais havia chovido era o Alto da Boa Vista, na zona norte (102,6 mm, quando a média para todo o mês é de 193,8 mm). Os outros bairros mais atingidos foram Copacabana, Rocinha (ambos na zona sul) e Tijuca (zona norte). Na zona norte, o Rio Maracanã transbordou. Na zona sul, Botafogo e Laranjeiras registraram dezenas de alagamentos.
Para evitar acidentes em função do risco de deslizamentos, a avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado, na zona sul, foi interditada.
Ao longo da noite a chuva passou a ser mais intensa na zona oeste. Às 23h, a chuva mais forte era registrada em Santa Cruz, nessa região, mas ainda chovia forte em Copacabana e na Ilha do Governador (zona norte).