O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou na última sexta-feira (22/3), a pedido de parlamentares e senadores do Partido dos Trabalhadores (PT), uma reclamação disciplinar contra a juíza Gabriela Hardt, substituta do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na 13; Vara Federal do Paraná. Os requerentes acusam a magistrada de conluio na "Força-Tarefa da Lava-Jato".
A decisão de Hardt, segundo a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), tornou sigiloso o acordo entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Petrobras, onde previa criação de um fundo de R$ 2,5 bilhões com recursos da estatal, para ser administrado por membros do MPF de Curitiba. O despacho têm o objetivo de declarar ilegal a conduta da magistrada e efetuar sanções disciplinares, caso seja comprovada a ilegalidade.
No documento, assinado pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, também consta que o caso será repassado pela Corregedoria Regional Federal da 4; Região, para instauração do procedimento administrativo e, depois, deve ter o resultado da apuração comunicado à Corregedoria Nacional de Justiça. O prazo estimado é de 60 dias.
Em um post no Facebook, Gleisi escreve: "fica evidente de que o recurso da pretensa Fundação do MP era a propina que a turma da Lava-Jato recebeu dos EUA para entregar a Petrobras. Mais um escândalo do governo Bolsonaro."
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Lava-Jato
Gabriela Hardt substituiu Moro, até então responsável pela Lava-Jato no Paraná, após convite do presidente Jair Bolsonaro para o magistrado fazer parte da equipe ministerial do governo.
Hardt, em primeira condenação na operação, sentenciou o ex-presidente Lula, já preso por Moro no caso tríplex, para mais de 12 anos e 11 meses do inquérito do sítio de Atibaia (SP), por corrupção e lavagem de dinheiro. Ao todo, o petista acumula 25 anos de condenação.