Pela primeira vez, desde que houve o tiroteio na Escola Estadual Raul Brasil, estudantes e funcionários retornaram, na manhã desta segunda-feira (18/3), ao colégio. Ainda em choque com o massacre, os jovens chegam o local em grandes grupos de amigos ou acompanhados dos pais.
Thales Fernandes, de 20 anos, foi buscar sua bicicleta que tinha sido abandonada no dia em que ele fugia dos atiradores. Com os olhos marejados, ele e outros cinco amigos se apressavam para sair logo do local. "Me trouxe muitas lembranças. Entrar ali foi como rever aquele dia. Não sei quanto tempo vai demorar para essas memórias irem embora, mas queria me livrar delas", contou.
Fernandes diz que vai se esforçar para continuar frequentando as aulas e terminar o 3; ano do Ensino Médio. Já seu colega Ryan dos Santos, de 18 anos, diz que, depois de rever a escola nesta segunda, não quer mais retornar. "Vou parar de estudar por um tempo, não vai ter como. Entrei lá e só queria ir embora. Vou ter medo disso acontecer em outra escola também, então devo parar por um tempo", disse.
Todos os alunos receberam uma rosa branca com um mensagem de apoio, assinada pela dirigente regional. Alguns deixaram a flor no memorial que foi feito para as vítimas.
A Escola Estadual Raul Brasil vai oferecer auxílio psicológico durante esta semana aos funcionários, alunos e familiares das vítimas. Os atendimentos podem ser individuais ou coletivos.
Os funcionários que desejarem passar por atendimento psicológico podem ir até o local nesta segunda-feira. O segundo dia, terça-feira (19/3), é voltado para os alunos - e o terceiro dia é aberto para a comunidade. Não haverá atividade obrigatória para os professores e alunos.