postado em 14/03/2019 18:11
A Polícia de São Paulo pediu a apreensão de um terceiro jovem suspeito de ter participado do planejamento do ataque a uma escola em Suzano (SP), ocorrido nessa quarta-feira (14/3). As investigações apontam que o rapaz participou de encontros com os dois autores do massacre, em um estacionamento a duas quadras do colégio. Ao todo, 10 pessoas morreram na tragédia.
O terceiro de 17 anos também é ex-aluno do colégio e estudou com Guilherme Taucci, que tem a mesma idade. Ele já foi ouvido pela polícia e a apreensão depende de decisão da Justiça. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, o crime estava sendo planejado ao menos desde novembro e as conversas entre os comparsas ocorriam principalmente de forma presencial, já que moravam perto um do outro.
Os encontros do rapaz com Guilherme e Luiz Henrique Castro, 25, aconteceram entre os dias 21 e 25 de fevereiro, em um estacionamento que teria servido de base para o planejamento do ataque, conforme informações do portal da revista Veja. Segundo o dono do estacionamento, os rapazes costumavam chegar ao local por volta da 0h e ficavam até as 4h. Nas últimas vezes em que estiveram por lá, eles pediram para deixar o veículo em uma vaga enconstada na parede e escondida das câmeras de vigilância.
Os jovens pagaram R$ 300 para usar o estacionamento por 15 dias. O prazo venceu no dia 7 deste mês, última vez em que estiveram no local. O carro era o mesmo usado no dia do ataque à escola, um Chevrolet Onyx branco. O proprietário do estacionamento, que entregou os registros de entrada e saída dos rapazes à polícia, disse que eles não fizeram nada que levantasse suspeita e, inclusive, conhecia Guilherme, já que ele costumava deixar carros da locadora do tio ; que também foi assassinado no massacre ; no local.
Internet
A Polícia ainda realiza perícia nos equipamentos apreendidos para apurar a suspeita de que fóruns da deep web incitaram a tragédia. "Eles não se sentiam reconhecidos na comunidade que faziam parte e queriam agir como em Columbine, com crueldade. Este era o principal objetivo: a repercussão", disse Fontes.
O delegado detalhou que a besta, o arco e flecha, o machado e as roupas táticas foram adquiridos pelo site Mercado Livre, plataforma que permite vendas diretas entre comerciantes e consumidores.
Ataque
O tiroteio deixou ao menos 10 mortos, incluindo estudantes e os dois responsáveis pelo ataque, identificados como os ex-alunos Guilherme Monteiro, 17 anos, e Luís Henrique de Castro, 25. Há ainda pessoas feridas, que foram levadas a hospitais da região.
O colégio alvo do ataque é Escola Estadual Raul Brasil, que leciona para crianças e adolescentes dos ensinos fundamental e médio. Segundo o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM de São Paulo, os dois atiradores primeiro atacaram um dono de locadora de carros próximo à escola. O empresário, que é tio de um deles, foi levado ao hospital e submetido à cirurgia, mas não resistiu, sendo a primeira vítima.
Em nota, o Mercado Livre diz que se solidariza com a dor dos familiares e diz que se colocou à disposição das autoridades para colaborar nas investigações. Veja a nota na íntegra:
"O Mercado Livre compartilha da indignação e da tristeza do povo brasileiro diante do massacre ocorrido em Suzano. Consternados com a informação de que itens utilizados nesta ação poderiam ter sido adquiridos em nossa plataforma, fizemos contato com as autoridades policiais e colocamos-nos à disposição para colaborar com a investigação.
Ressaltamos que os equipamentos mencionados são amplamente utilizados em atividades legítimas como, por exemplo, para a prática de esportes (arco e flecha), cutelaria (machadinha) e marcenaria (machado). O Mercado Livre repudia o uso ilícito desses equipamentos.
O Mercado Livre destaca ainda que os Termos e Condições de Uso de sua plataforma estão de acordo com o disposto na legislação brasileira e que todos os anúncios do site trazem um botão de denúncia no canto inferior direito para que qualquer pessoa possa apontar eventuais práticas contrárias a esses Termos. Diante de uma denúncia, o anúncio é analisado, removido e o usuário infrator pode ter seu cadastro inabilitado."
Com informações da Agência Estado