Brasil

Com machadinha no ombro, aluno de 15 anos foi caminhando sozinho a hospital

Ele foi submetido a cirurgia e seu quadro era considerado estável no início da tarde desta quarta

Agência Estado
postado em 13/03/2019 22:19

Polícia civil faz perícia no carro em que chegaram dois jovens armados na escola Raul Brasil, em Suzano, São Paulo

Minutos após o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, o estudante José Vitor Ramos Lemos, de 18 anos, chegou caminhando sozinho no Hospital Santa Maria, a duas quadras do colégio, com uma machadinha cravada na clavícula direita.

Ele foi submetido a cirurgia e seu quadro era considerado estável no início da tarde desta quarta.

José Victor conversou com os pais após o procedimento cirúrgico. Segundo eles, ao ouvir os disparos, o estudante, que estava com a namorada, perdeu-se dela. José Vitor pulou o muro da escola, deu de cara com um dos atiradores e foi atingido pela arma branca no ombro.

"Ele estava com a namorada, saiu para outro lugar, e os dois se desencontraram. Pulou o muro e foi pego de surpresa pelo atirador", conta o pai Marco Lemos.

A mãe, Sandra Regina Ramos, disse que o filho nasceu de novo. Segundo Sandra, o jovem está traumatizado e ela também. "Ele provavelmente não vai querer mais voltar para a escola. Vamos esperar para ver", disse. "Ele completou 18 anos agora no dia 6 de março. Falei que a partir do ano que vem teremos duas comemorações porque ele nasceu de novo."

No hospital Santa Maria, chegaram sete estudantes feridos, com idades entre 15 e 19 anos. "Depois do José Vitor chegaram os demais, alguns por meios próprios, outros vieram trazidos pela polícia", conta Débora Nogueira, diretora técnica e coordenadora do pronto-socorro.

"No momento em que ele (José Victor) cogitou terem mais vítimas é que a gente acabou aguardando que pudesse chegar um outro paciente, mas chegaram diversos". Ao longo do dia, cinco foram transferidos.

;Mãe, me socorre;

Mãe de Letícia Mello, de 15 anos, uma das vítimas baleadas, a dona de casa Valéria de Mello Oliveira disse que estava em casa quando recebeu mensagens de áudio da filha.

"Ela levou um tiro na lombar, mas está bem, graças a Deus. Foi um desespero. Ela me mandou uma mensagem dizendo ;Mãe, está tendo um tiroteio aqui na escola, me socorre;. Ela só conseguiu dizer que viu a amiguinha dela caindo. Falou que foi muita confusão e correria", disse Valéria.

A jovem foi levada para o hospital Santa Maria, onde recebeu os primeiros atendimentos. Por volta das 13 horas, Letícia foi transferida para a Santa Casa de Suzano, segundo informações do Santa Maria.

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