O Secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, divulgou, na tarde desta quarta-feira (13/3), o nome das oito vítimas do tiroteio na escola municipal Raul Brasil, em Suzano (SP). Ao todo, cinco são alunos da unidade, duas funcionárias do colégio, e o proprietário de uma locadora de carros, que trabalhava próximo a unidade de ensino. Os dois atiradores cometerem suicídio logo após o ataque, totalizando 10 mortos na tragédia. Outras pessoas ficaram feridas.
A Polícia Civil de São Paulo ainda apura a dinâmica do crime. , atiraram contra Jorge Antônio de Moraes, dono de uma locadora de carros, distante cerca de 500 metros da escola, para onde seguiram posteriormente. Os dois são ex-alunos da unidade de ensino, palco do massacre desta quarta. "A suspeita é que o acesso de Guilherme tenha sido pelo conhecimento que a coordenadora pedagógica tinha dele. Lamentavelmente, ela foi a primeira a ser atingida", contou o secretário.
Entre as vítimas, duas funcionárias do colégio: Marilena Ferreira Vieira Umezo e Eliana Regina de Oliveira Xavier. Os demais mortos eram alunos da escola Raul Brasil: Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino. Este último chegou a ser socorrido morreu dentro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a caminho do hospital.
Alunos mortos:
* Kaio Lucas da Costa Limeira
* Cleiton Antônio Ribeiro
* Caio Oliveira
* Samuel Melquíades Silva de Oliveira
* Douglas Murilo Celestino
"Eles estavam prestes a entrar em uma sala com dezenas de alunos, mas se depararam com a força tática e cometeram suicídio. Não está identificado se um atirou no outro e depois se suicidou, mas a perícia vai declarar isso. Mas sabe-se que eles não conseguiram entrar nessa última sala", contou o secretário.
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Os atiradores chegaram no colégio por volta das 9h30, horário do intervalo da unidade de ensino. A dupla chegou em um Chevrolet Ônix branco, que teria, segundo a Secretaria de Segurança do estado, sido roubado momentos antes. Por serem ex-alunos da escola Raul Brasil, não tiveram dificuldade de adentrar o colégio.
Segundo Rossieli Soares, Guilherme estava no processo de readmissão ao colégio. Ele teria parado de frequentar as aulas no ano passado e pretendida voltar a estudar em 2019. Isso, segundo Rossieli, teria facilitado a entrada do jovem na unidade, que disse que ia à secretaria. Guilherme nunca havia apresentado nenhum problema de comportamento anteriormente.
Ainda de acordo com o secretário, há na escola 16 câmeras de segurança, todas em funcionamento. Os agentes da Polícia Civil vão analisar as imagens para dar seguimento às investigações.
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O prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (PR), disse que o enterro será decidido com as famílias das vítimas. Abalado, o prefeito também afirmou que o motivo do crime está sendo apurado pelos órgãos. "É um episódio muito triste não só para a cidade, mas para a educação, para nosso estado e país. Uma coisa que a gente acha que só acontece em filme", comentou.
Minutos antes do massacre, Guilherme Taucci, 17 anos, usou as redes sociais para publicar fotos, onde aparecia exibindo a máscara usada na hora que invadiu a escola e matou cinco alunos e duas funcionárias da unidade. Veja as fotos:
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Perfil das vítimas
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Samuel Melquíades Silva de Oliveira
Uma das vítimas do massacre foi Samuel Melquíades, de 16 anos. Pelo seu perfil pessoal, em uma rede social, ele demonstrava ser muito próximo da família e constantemente declarava seu amor pela mãe. A última postagem dele, em maio do ano passado, foi mais uma foto da mãe no dia do aniversário dela: ;FELIZ ANIVERSARIO MÃEEE obrigado por sempre ser a mãe maravilhosa que você sempre é !!!!!”. Ele também demonstrava ser uma garoto alegre, estudioso e ter gosto pelas artes plásticas e cênicas, pois postava fotos de seus desenhos e já produziu um vídeo amador em que atuava junto com a família. Nos comentários das fotos parentes e amigos o elogiam sempre.
Caio Oliveira
Segundo informações do jornal O Globo, ele era fã de basquete e de rap. Em uma rede social, ele curtia publicações da página oficial da NBA e de astros do esporte, como o ex-jogador americano Shaquille O;Neal. Em um texto de despedida, uma amiga disse que Caio "jogava muito bem". Ele ainda publicava capas de álbuns de rap, como "Sobrevivendo no Inferno", dos Racionais MC;s e "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa...", de Emicida.
Cleiton Antônio Ribeiro
Cleiton tinha 17 e era aluno do 3; ano do Ensino Médio. Segundo informações do O Globo, ele foi descrito por amigos como um rapaz "muito tímido, quieto, simples e gentil", era reservado, "sempre na dele" e não tinha o hábito de usar redes sociais. Uma colega de classe disse que o jovem era "um amor de pessoa" e a pessoa "mais pura e inocente" que ela já conheceu. Era um aluno estudioso e seu sonho era fazer faculdade. Segundo familiares, era um filho carinhoso e motivo de alegria para toda a família. Sua mãe está em estado de choque.
Douglas Murilo Celestino
Douglas tinha 16 anos e parecia ser um garoto popular. Tinha mais de 1,7 mil amigos em uma rede social e costumava publicar posts engraçados. Em um depoimento deixado em seu perfil, uma colega afirmou que ele sem dizia que seu maior sonho era ser jogador para dar uma vida melhor para sua família. ;Tua fé em Deus era tanta que Deus te quis ao lado dele. Você cumpriu sua tarefa aqui na terra, agora descanse em paz.; Um amigo da família disse ao jornal O Globo que Douglas tinha pedido à mãe para mudá-lo de escola porque aquela era ;muito bagunçada;, mas como estava no último ano acabou ficando. ;Era um menino dócil demais, bem criado.;
Kaio Lucas da Costa Limeira
Kaio tinha 15 anos e frequentava com a família a Igreja Cristã Mundial, ele era envolvido na música de sua congregação, era um jovem tranquilo e que tinha muitos planos, conforme familiares disseram ao jornal O Globo.
Marilena Umezu
Marilena tinha 59 anos e era coordenadora pedagógica da escola. Ela utilizava bastante as redes sociais para demonstrar sua opinião sobre assuntos atuais como a reforma da Previdência e a Operação Lava-Jato.
Jorge Antônio de Moraes
Jorge é tio de Guilherme Monteiro, um dos atiradores do massacre na escola. Ele foi a primeira pessoa a ser morta pela dupla, à bala, por volta das 9h, no escritório de sua concessionária de veículos - local de onde os atiradores roubaram o carro que os levaria até a escola. Guilherme teria trabalhado com Jorge na concessionária e foi dispensado recentemente, mas ainda não se sabe o motivo. Jorge não morreu no local do crime, ele foi levado ao Hospital das Clínicas e submetido a uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
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