Jornal Correio Braziliense

Brasil

Veja os perfis das vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho

De acordo com último levantamento, 110 corpos foram localizados, sendo 71 identificados


Conheça um pouco da história das vítimas da tragédia na mina da Vale, no Córrego do Feijão, em Brumadinho:

Adriano Caldeira do Amaral

Adriano Caldeira do Amaral deixa a mulher, Ana Flávia Silva, e dois filhos. Não há informações sobre a profissão dele, mas sabe-se que ele morava em Belo Horizonte com a esposa. Pouco depois da identificação, Ana Flávia escreveu no perfil do Facebook dela uma declaração ao marido: "Meu amor, lembra da gente ainda bem jovem, eu e você, tantos sonhos, tantos planos. Começamos juntos de mãos dadas, descobrimos o mundo juntos, eu e você;.


Adriano Ribeiro da Silva

Empresário paulista, Adriano Ribeiro da Silva, de 61 anos, estava hospedado com a família na Pousada Nova Estância, em Brumadinho. Ele estava acompanhado do filho, Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, 31; da filha, Camila Taliberti Ribeiro da Silva, 33; da esposa Maria Lurdes da Costa Bueno, 59; e da noiva de Luiz, Fernanda Damian de Almeida, 30. A família estava na cidade para comemorar a gravidez de Fernanda, que vivia em Sidney, na Austrália, com Luiz. Adriano era proprietário de uma imobiliária em São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo.

Alano Reis Teixeira

Natural de Taguatinga, no Distrito Federal, Alano Reis Teixeira estudou na Puc Minas e era funcionário da Vale. Ele deixou a esposa, Adriana Coutinho, e dois filhos pequenos. Em nome da família, a irmã de Alano, Rafaela, postou uma mensagem de agradecimento aos amigos pelo apoio depois da confirmação da morte nessa tragédia. ;Eu, Rafaela (irmã do Alano), a pedido da Dri, venho agradecer a todas as pessoas que de alguma forma estiveram presentes conosco nesse momento de grande dor e tristeza. Com mensagens, carinho, abraços, orações, ajudas ou que torceram junto com a gente! Não temos palavras para expressar o aconchego que trouxeram aos nossos corações! Deixo o nosso mais sincero muito obrigada". Alano foi sepultado em Belo Horizonte.

Alex Rafael Piedade

O operador de máquinas Alex Rafael Piedade, de 36 anos, morreu na tragédia de Brumadinho e deixou dois filhos, de 2 e 8 anos. Ele trabalhava na Vale, mas ainda não se sabe por quanto tempo foi empregado na empresa. Pelas redes sociais, amigos lamentaram a morte de Alex e de outros atingidos pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão: ;Perder vários amigos de uma só vez não Vale;, desabafou uma mulher. Um dos sobrinhos dele também se manifestou: ;Era meu espelho. Estou agoniado em saber que nunca mais vou ter você aqui;, escreveu.

Amauri Geraldo da Cruz

Amauri Geraldo da Cruz era motorista em Brumadinho. Nas redes sociais, amigos deixaram mensagens de carinho e conforto à família: ;Esta é a pessoa que levava minhas filhas em segurança para a Estação Conhecimento, deu conselhos e estendeu a mão quando minha filha ficou desaparecida. Ao ver a foto, cada uma delas tem uma história pra contar. Este foi mais uma vítima da irresponsabilidade e da ganância. Se minhas filhas estão chorando, imagina a dor da família. Que Deus possa confortar a família! Vá em paz Amauri, ou ;Mais Véio;, jeito carinhoso que minhas filhas costumavam chamar;, escreveu uma mulher. Amauri foi sepultado no dia 30 de janeiro, em Conceição de Itaguá.

Anailde Souza Pereira

Técnico em Eletroeletrônica, Anailde Souza Pereira completaria nove anos como funcionário da Vale em fevereiro deste ano. Ele deixa um filho e a esposa, Patrícia Souza.

André Luiz Almeida Santos

André Luiz Almeida Santos estava na área da mineradora durante o desastre de Brumadinho. Trabalhava como operador na Vale, há nove anos. Ele deixa a esposa, Ana Paula Almeida, e um filho de 3 anos. A irmã dele, Ana Jéssica Almeida, publicou nas redes sociais uma despedida: ;Que Jesus te receba de braços abertos e Nossa Senhora te cubra com seu manto. Para sempre em nossos corações;.

Andrea Ferreira Lima

Natural de Marabá, no Pará, Andrea Ferreira Lima era funcionária da Vale e trabalhou no município de Parauapebas, também no Pará, antes de se mudar para Brumadinho. Tinha dois filhos.
Ângelo Gabriel da Silva Lemos
Motorista e funcionário da Vale, Ângelo Gabriel da Silva Lemos, de 57 anos, deixa a mulher, Zuma Aparecida Pires, e dois filhos, de 21 e 23 anos. Ele foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros dentro de um ônibus coberto por lama.

Ângelo Gabriel da Silva Lemos

Motorista e funcionário da Vale, Ângelo Gabriel da Silva Lemos, de 57 anos, deixa a mulher, Zuma Aparecida Pires, e dois filhos, de 21 e 23 anos. Ele foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros dentro de um ônibus coberto por lama.

Camila Aparecida da Fonseca Silva

Camila Aparecida da Fonseca Silva, de 16 anos, trabalhava como camareira na Pousada Nova Estância, a poucos quilômetros da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho. ;Era o primeiro emprego dela, não tinha nem um mês, e acontece uma coisa dessas;, lamentou Carine, irmã da vítima, em declaração ao jornal El País. O pedreiro Wilson Joaquim Fonseca, pai da jovem, afirmou que a filha tinha o sonho de ajudar na reforma de casa. ;Minha menina estava feliz. Falou que ia usar o primeiro salário para reformar a nossa casa. Ela gostava de pintar, de ficar bonita. E brigava comigo para eu comprar um batom, um esmalte para ela;, relatou ao Estadão.


Camila Santos de Faria

Casada e mãe de uma menina de 2 anos, Camila Santos de Faria trabalhava na parte administrativa do escritório da Vale. O sepultamento da vítima ocorreu em Igarapé, sua terra natal, a 30 quilômetros de Brumadinho.

Camila Taliberti Ribeiro da Silva

Advogada paulistana, Camila Taliberti Ribeiro da Silva, de 33 anos, estava hospedada com a família na Pousada Nova Estância, em Brumadinho. A viagem a Minas tinha duas motivações: celebrar a gravidez da noiva do irmão e visitar o museu Inhotim. Junto de Camila estavam o pai, Adriano Ribeiro da Silva, 61; a madrasta, Maria Lurdes da Costa Bueno, 59; o irmão Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, 31; e a cunhada Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, grávida de cinco meses. Noivos, Luiz e Fernanda moravam em Sydney, na Austrália, e vieram ao Brasil justamente para celebrar com os familiares a chegada de um bebê.

Carlos Eduardo Faria


A família de Carlos Eduardo Faria, de 45 anos, encheu-se de esperança ao receber ligações de desconhecidos dizendo que o homem havia escapado da lama em direção a uma mata às margens do Rio Paraopeba. Entretanto, os parentes do motorista de uma empresa que prestava serviços para a Vale não encontraram nenhuma informação em hospitais da região e chegaram à conclusão de que era trote. Na última quarta-feira (30), o Instituto Médico Legal entrou em contato para solicitar o reconhecimento do corpo, realizado por meio de impressões digitais. Divorciado, Carlos Eduardo morava com a mãe em Ibirité, onde foi sepultado. Ele deixou três filhos e um neto.

Carlos Roberto Deusdedit

Carlos Roberto Deusdedit, de 47 anos, trabalhava como serralheiro terceirizado na Vale há dois meses. Ele deixou a esposa e um filho de oito anos. A sobrinha dele, Viviane Dias, disse que o emprego na mineradora representava para Carlos ;um futuro para o filho;. ;O menino era a vida dele;.

Deusdedit trabalhava como serralheiro desde os 14 anos, quando ficou órfão do pai. Ele morava em Belo Horizonte com a família, mas ia todos os dias a Brumadinho para trabalhar. A esposa dele ficou sabendo do rompimento da barragem pela televisão: ;Pelo amor de Deus, é onde o Carlinhos está;, disse ela à irmã, por telefone.

Cláudio José Dias Rezende

Funcionário da Vale há oito anos, o engenheiro Cláudio José Dias Rezende deixa a esposa, Dayane Medeiros Dias Soares, e o filho de cinco anos. A mãe dele, Mércia Gonçalves Dias, disse que o filho começou a carreira como estagiário de técnico mecânico na empresa antes de se formar em engenharia. O casal fazia planos de ter mais um filho.

Cleosane Coelho Mascarenhas


Cleosane Coelho Mascarenhas era dona da Pousada Nova Estância, que ficava próxima à entrada da mineradora Vale e foi varrida pelos rejeitos da barragem em Brumadinho. Além dela, morreram na tragédia o marido Márcio Mascarenhas, fundador da rede de ensino de inglês Number One, e o filho do casal, Márcio Paulo Barbosa Pena Mascarenhas. A pousada era conhecida por ser um dos locais preferidos de visitantes que iam à cidade para conhecer o museu de arte moderna de Inhotim.

Cristiano Vinícius Oliveira de Almeida


Natural de Bela Vista de Minas, o técnico em mecânica Cristiano Vinícius Oliveira de Almeida era funcionário da Vale e morava em Brumadinho. Ele deixou a esposa, Serena Reis. O sepultamento foi no cemitério municipal de Bela Vista.

Daniel Muniz Veloso


Daniel Muniz Veloso, de 29 anos, era técnico em eletromecânica e prestava serviço para a Vale. A esposa dele, Meriane, está grávida de oito meses. Em entrevista ao Estado de Minas, a irmã de Daniel, Deiviane, fez duras críticas à mineradora. ;Essa empresa destruiu a minha família, a família do meu sobrinho, que nem veio ao mundo ainda, a do meu irmão, que era cheio de vontade de viver. Isso não vai ficar barato;, desabafou.

David Marlon Gomes Santana

O caldeireiro David Marlon Gomes Santana, de 24 anos, era funcionário de uma empresa terceirizada contratada pela Vale. Ele estava aos pés da barragem do Córrego do Feijão no momento do rompimento. O sepultamento foi no Cemitério Parque das Rosas, em Brumadinho, cidade onde ele nasceu.

Djener Paulo Las Casas Melo

Djener Paulo Las Casas Melo, de 31 anos, trabalhava na Vale desde 2016 como operador de máquinas. Ele tinha casamento marcado para junho, segundo afirmou sua noiva ao portal G1. ;Ele era maravilhoso, sempre solícito e cuidadoso comigo, com a família e com os amigos. Não tem explicação a falta que ele vai fazer em nossas vidas;. O casal namorava desde 2006. A vítima foi enterrada em Brumadinho no último domingo, dia 27 de janeiro.

Duane Moreira de Souza


Uma data que era para ser celebrada pelo manobrador de uma prestadora de serviços da Vale se transformou em dor e sofrimento para familiares e amigos. Duane Moreira de Souza morreu no dia do aniversário de 33 anos. De acordo com nota publicada pela MRS Logística, terceirizada da Vale, o funcionário deixou a esposa, Maria Cristina, e três filhos, de 15, 13 e 3 anos. O corpo de Duane foi sepultado na última segunda-feira (28/1), no Cemitério Municipal de Brumadinho.

Edgar Carvalho Santos


Três dias depois de perder a mãe, Edgar Carvalho Santos, de 45 anos, morreu no rompimento da barragem de rejeitos, em Brumadinho. Ele era casado com Andreia Martins e pai de duas filhas. Em seu perfil no Facebook, o funcionário da Vale compartilhava fotos jogando futebol e se dizia bom de bola. ;Não importa a idade, o talento continua;, escreveu, numa imagem na qual aparece vestindo um uniforme verde e branco com o número 7 no calção. Edgar também exibia sua coleção de moedas dos Jogos Olímpicos Rio;2016 e mantinha em sua casa uma espécie de estúdio musical, com bateria, violão, microfone e outros instrumentos. O corpo do mecânico foi enterrado no Cemitério Parque das Rosas, em Brumadinho.

Ednilson dos Santos Cruz


Ednilson dos Santos Cruz foi o primeiro baiano encontrado após a tragédia de Brumadinho. Outros seis conterrâneos dele estão desaparecidos. O jovem de 23 anos trabalhava como mecânico na Vale quando ocorreu o rompimento da barragem. A esposa de Ednilson está grávida do primeiro filho do casal.

Edymayra Samara Rodrigues Coelho


Ex-Funcionária da Vale, Edymayra Samara Rodrigues Coelho faleceu com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Ela deixou o marido, Mayron Santos, e um filho pequeno, João Henrique. Ela estudou na Faculdade Pitágoras, passou pela mineradora Vale, em Brumadinho, e trabalhava na empresa Manserv

Eliandro Batista de Passos

Pai de uma adolescente de 13 anos, Eliandro Batista de Passos, de 33 anos, teve de abrir mão da folga para trabalhar no dia da tragédia. Ele era funcionário de uma empresa de pavimentação que prestava serviços para a Vale. Seu corpo foi sepultado em Itaipé, no Vale do Mucuri, a 530 quilômetros de Belo Horizonte.

Eudes José de Paula

Funcionário da Vale, Eudes José de Paula morreu no último dia de trabalho dele na companhia. Ele havia pedido demissão havia pouco tempo para se dedicar a dar aulas de futebol para a comunidade de Brumadinho. Amigos relataram que ele estava na empresa apenas para se despedir dos colegas com quem tinha trabalhado.

;Já tinha pedido demissão, mas fez questão de ir dar um abraço nos colegas. Era uma pessoa muito alegre, especial e que agregava. Andava cercado de amigos;, relatou Marcileia Souza Aguiar, amiga de Eudes.

Fabrício Henriques da Silva

Fabrício Henriques da Silva tinha 27 anos e trabalhava há cinco meses em uma empresa terceirizada da Vale. Ele foi um dos primeiros mortos a serem identificados pelo Instituto Médico Legal. Seu corpo foi enterrado no último domingo, em Brumadinho. Um tio da vítima, que é funcionário da Vale, está desaparecido.

Flaviano Fialho

Flaviano Fialho morava em Brumadinho e era funcionário da Vale. Ele deixa a esposa, Fernanda, e dois filhos, de 10 e 6 anos. Nos momentos de folga, Flaviano costumava levar as crianças aos jogos do Atlético, clube do seu coração.

Francis Marques da Silva

Francis Marques da Silva trabalhava como bombeiro hidráulico para uma empresa que prestava serviços à Vale. Casado com Gisele Rodrigues, ele era pai da pequena Valentina, de 4 anos, e morava em Ibirité, a 25 quilômetros de Belo Horizonte. Seu corpo foi sepultado na última segunda-feira (28), no Cemitério Municipal de Brumadinho.

Gustavo Sousa Junior

Natural de São João do Paraíso, cidade da Região Norte de Minas Gerais situada na divisa com a Bahia, Gustavo Sousa Junior trabalhava há 12 anos como mecânico para uma empresa de máquinas prestadora de serviços à Vale. Na segunda-feira (28), familiares ainda tinham esperanças de encontrá-lo vivo. ;Exemplo de esposo. O herói do filho Samuel! Meu cunhado, que continua desaparecido na tragédia de Brumadinho. Continuamos esperando sua volta;, escreveu Célia Sousa Santos. Na quinta-feira (31/1), o IML confirmou que Gustavo está entre os mortos na tragédia em Brumadinho. Ele deixa a esposa, Hellen, e o filho Samuel.

Janice Helena do Nascimento

Funcionária da Vale, Janice Helena do Nascimento tinha uma filha pequena, de apenas 2 anos de idade. Um familiar postou mensagem numa rede social para homenagear a vítima, sepultada em Brumadinho nesta terça-feira. ;A vida é cheia de altos e baixos, ódio e amor, vida e morte, separação e reencontro, perdas e ganhos. Você me ensinou a voar, a sonhar, a lutar, já sei andar sem rodinhas. Sei que nos encontraremos de novo, a morte não é mais forte que o amor. Hoje em Deus vivo, pois Cristo nos tirou da fila do matadouro e nos colocou em seu aprisco. O amor sempre vence. Glória a Deus por ter me dado você. Papai, sei que cuidarás bem dela. Até logo;, escreveu Fabiano Nascimento.

Joao Paulo de Almeida Borges

Natural de João Monlevade, João Paulo de Almeida Borges deixou a esposa, Flávia. Ele vivia em Brumadinho e trabalhava na barragem da Vale, no Córrego do Feijão.

Jonatas Lima Nascimento

Natural de Congonhas, Jonatas Lima Nascimento, de 36 anos, era casado e tinha dois filhos: uma menina de 11 anos e um garoto de 6. Ele trabalhava no setor de carregamento da Vale. Seu corpo foi encontrado dentro de um caminhão atingido pela lama. A esposa de Jonatas, Daihene Crizologo, tenta reunir forças para lidar com a tragédia de Brumadinho. ;Nossa primeira noite em casa depois de tudo. Não conseguimos dormir ainda. O coração dói, a alma dói. Nossos filhos estão com saudades, meu pequeno não entende bem, mas entende que não vai mais abraçar o pai. Nanda já é uma mocinha, inteligente, já compreende um pouco, mas não sabe o que fazer com a dor. Senhor, não nos desampare. Como preciso de forças para lutar por eles;, escreveu a mulher no Facebook.

Jorge Luiz Ferreira

Uma das vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, o funcionário da Vale Jorge Luiz Ferreira foi homenageado pelo irmão, o jornalista e locutor Rui Marcos Ferreira, em mensagem no Facebook. ;Eu sei que você apenas foi ali ajudar a preparar um local bacana para, daqui a pouco, sentarmos pr;aquele bate-papo sadio, cheio de alegria, planos bons e sonhos de vida, como sempre foi. Sabe meu irmão, eu relutei para não postar nada, principalmente a nada que nos prolongue o sofrimento, mas, a vontade de ter você de volta e a saudade interminável foram maiores. Lembro-me, há anos, quando estava iniciando a carreira no rádio, eu imitava alguns personagens da época e você ficava avaliando a postura para a câmera, a entonação da voz e desenvoltura para o Rádio ou TV. Agora você se foi, não tenho mais o meu parceiro de estrada, churrascos e resenhas e as trocas de experiências;.

Leonardo Alves Diniz

Leonardo Alves Diniz, de 33 anos, era casado com Cristiane e pai de um menino de 7 anos. Ele morava em Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e trabalhava na Vale há mais de uma década como técnico em manutenção. No dia do rompimento da barragem, o funcionário estaria de folga, porém foi convocado de última hora para o plantão. Seu corpo foi enterrado no último domingo, no Cemitério Bom Jardim, em Mário Campos, município vizinho de Brumadinho.

Em uma de suas últimas postagens no Facebook, no dia 19 de dezembro de 2018, Leonardo desejou feliz aniversário ao filho e publicou fotos ao lado da esposa e familiares. Com a confirmação de sua morte, vários amigos enviaram mensagens no espaço reservado aos comentários. ;Descanse em paz, amigo! Deus estará cuidando da esposa e desse menininho lindo;, escreveu uma amiga da vítima


Luiz Cordeiro Pereira

Morador de Brumadinho, Luiz Cordeiro Pereira, de 52 anos, era responsável pela monitorização de todas as barragens da Vale há 18 anos. Ele deixa a esposa, Altina Aparecida Pereira, e três filhos: a mais velha, de 18; o do meio, de 13; e o caçula, de 2. Em depoimento emocionado à revista Maire Claire, a mulher de Luiz disse que queria ao menos dar um enterro digno ao marido. ;Só vou deixar de acreditar quando eu me deparar com o corpo. Eu quero que ele volte da forma que o encontrarem, seja vivo ou morto, para que possamos fazer um enterro digno, como ele merece. Só não quero que ele fique lá abandonado, soterrado;.

Luiz Taliberti Ribeiro da Silva

Arquiteto paulista, Luiz Taliberti Ribeiro da Silva, de 31 anos, morava em Sydney, na Austrália, com a noiva Fernanda, que estava grávida de cinco meses. Ela está desaparecida. O casal foi a Brumadinho para conhecer o museu Inhotim e comemorar com a família a gestação do bebê. Eles se hospedaram na Pousada Nova Estância juntamente o pai de Luiz, Adriano Ribeiro da Silva, a madrasta, Maria Lurdes da Costa Bueno, e a irmã, Camila Taliberti. Todos estão desaparecidos desde o rompimento da barragem da Vale, no Córrego do Feijão. Em depoimento nas redes sociais, o padrasto de Luiz, Vagner Diniz, protestou: ;A Vale matou meu filho. 31 anos de doçura e amor à natureza. Escolheu a Austrália para uma carreira de arquiteto de sucesso;.

Luiz de Oliveira Silva

Luiz de Oliveira Silva deixou a esposa Elisângela Aguiar, com quem havia se casado no religioso em novembro de 2017, e um filho adolescente. Ele foi sepultado em São José do Paraopeba-MG. Em perfil do Facebook, o irmão dele, Geraldo São José, lembrou da vida marcada pela solidariedade e fraternidade. ;Obrigado Luizinho, Deus abençoe. Quantas obras de caridade você deixou com gratidão. Voluntário e amigo. Descanse em paz, meu irmão. Deus abençoe;.

Marcelle Porto Cangussu

Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos, foi a primeira vítima da tragédia de Brumadinho a ser identificada. Ela cursou medicina na UFMG e começou a trabalhar na Vale em 2015. De acordo com familiares, a médica foi chamada de última hora para o plantão, já que estava de folga. Mirelle Porto, mãe da vítima, acreditava que ela estivesse socorrendo pessoas atingidas pelos rejeitos de lama. ;Infelizmente aconteceu o pior;, lamentou. ;Morreu fazendo o que mais gostava. Estamos desolados. Completamente sem chão. A gente não se desgrudava, ela cuidava muito de mim, e eu dela;, acrescentou Mirelle. Marcelle era solteira e não tinha filhos. Seu corpo foi sepultado no último dia 27, em Belo Horizonte.

Marcelo Alves de Oliveira

Marcelo Alves de Oliveira, de 46 anos, natural de Santos, era engenheiro de uma empresa terceirizada da Vale. Ele se formou em Engenharia Civil na Unisanta, onde também fez pós-graduação em Gestão de Projetos. Por conta do trabalho na região da barragem do Córrego do Feijão, mudou-se para Brumadinho com a esposa há alguns meses. O corpo foi encontrado no sábado (26/1) e sepultado dias depois em São Vicente, no litoral paulista.

Marcio Coelho Barbosa Mascarenhas

Marcio Coelho Barbosa Mascarenhas, de 43 anos, era filho dos empresários Marcio Paulo Barbosa Pena Mascarenhas e Cleosane Coelho Mascarenhas, proprietários da Pousada Nova Estância. O empreendimento era vizinho à portaria da Vale, em Brumadinho, e foi arrasado no rompimento da barragem. Ele e os pais morreram na tragédia.

Márcio Flávio da Silveira Filho

Márcio Flávio da Silveira Filho, de 28 anos, era técnico em segurança do trabalho e trabalhava em uma empresa terceirizada da Vale. Natural de Barão de Cocais, ele foi criado em João Monlevade, onde a família reside. Aluno do curso de Engenharia de Produção da Unopar, o jovem morava em Belo Horizonte, de onde se deslocava diariamente no ônibus da empresa para a mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho.

Marcio Paulo Barbosa Pena Mascarenhas

Marcio Paulo Barbosa Pena Mascarenhas, de 74 anos, fundou a escola de idiomas Number One em Belo Horizonte e era proprietário da Pousada Nova Estância, vizinha da mineradora Vale em Brumadinho. Ele, a esposa Cleosane Coelho Mascarenhas e o filho Marcio Coelho Barbosa Mascarenhas passariam o fim de semana na pousada para descansar. Todos morreram na tragédia. Há um ano, Márcio criticou nas redes sociais o avanço e a atuação das mineradoras naquela região. ;Estão acabando com tudo em volta. Será que ainda há esperança?;, questionou.

Maurício Lauro de Lemos

Maurício Lauro Lemos, de 52 anos, era motorista de uma empresa terceirizada da Vale havia seis meses. Também fazia fretamento de viagens turísticas e excursões com uma van. Era casado e também deixa uma filha e dois netos.

Moisés Moreira de Sales

Moisés Moreira de Sales, de 41 anos, era técnico de processos da Vale, onde trabalhava havia mais de dez anos. Ele deixou esposa e tinha um filho de três anos. Em abril de 2018, a família já tinha vivido um baque com a morte do pai de Moisés.

Ninrode de Brito Nascimento

Ninrode de Brito Nascimento nasceu em Ipatinga e tinha 34 anos. Ele deixou esposa e uma filha de dois anos. Na Vale, era funcionário do setor de planejamento. Recentemente, havia comprado um lote em Brumadinho. O sepultamento foi na terça-feira (29), no Cemitério Parque Senhora da Paz, em Ipatinga. De acordo com o Diário do Aço, Ninrode era filho do pastor Edson Nascimento, vereador em Ipatinga nos anos 1970 e também considerado um dos fundadores da Igreja Batista Nacional no Vale do Aço.

Noé Sansão Rodrigues

Natural de Brumadinho, Noé Sansão Rodrigues deixa a namorada. Ele trabalhava como mecânico na Vale há dois anos e estava próximo à barragem de rejeitos de minério que se rompeu no Córrego do Feijão.

Reinaldo Fernandes Guimarães

Reinaldo Fernandes Guimarães, de 31 anos, trabalhava na pousada Nova Estância, próxima à mina do Córrego do Feijão, onde havia várias pessoas no momento do rompimento da barragem de rejeitos de minério da Vale. Ao tomar conhecimento da tragédia, Michel Fernandes Guimarães tentou fazer contato com o irmão pelo celular e até mergulhou na lama para resgatá-lo, mas não o encontrou. A vítima deixou a esposa e duas filhas.

Renato Rodrigues Maia

Renato Rodrigues Maia era funcionário da Vale. Trabalhava como técnico de segurança. Ele foi sepultado na segunda-feira (28/1) no Cemitério Municipal de Brumadinho.

Renato Vieira Caldeira


Renato Vieira Caldeira, de 41 anos, natural de Montes Claros-MG, trabalhava como motorista da Vale havia 13 anos. Era casado e deixou a mulher e um filho de 4 anos. Tentou a carreira como jogador de futebol antes de ingressar na mineradora. Estava próximo de realizar o sonho de fundar uma escolinha de futebol. Evangélico, era muito dedicado à família. Em uma de suas publicações no Facebook, ele destacou o amor dos pais. "O motivo da familia unida: o exemplo e a união dos pais", escreveu.

Renildo Aparecido do Nascimento

Natural de Brumadinho, Renildo Aparecido do Nascimento era funcionário da Vale e deixou a esposa, Eliane Almeida, e três filhas. Uma delas se despediu do pai pelo Facebook: ;Você sempre será minha inspiração pra ser melhor a cada dia;. Ele foi sepultado na quarta-feira (30/1) no Cemitério Municipal de Brumadinho.

Ricardo Eduardo da Silva

Natural de Itabira, Ricardo Eduardo da Silva, de 41 anos, era casado e deixou duas filhas. Ele dirigia um ônibus que foi retirado da lama por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Era funcionário da empresa Automade Transporte e Turismo, terceirizada da Vale.

Robson Máximo Gonçalves

Robson Máximo Gonçalves, de 26 anos, morava próximo ao Córrego do Feijão. No momento do rompimento da barragem, ele assistia TV com a família. A casa foi levada pelo mar de lama. O filho dele, Heitor, de 1 ano e 7 meses, está desaparecido, assim como a cunhada Pamela, de 13. A esposa de Robson, Paloma Prates Cunha, de 22 anos, sobreviveu e recebeu alta em 29 de janeiro, depois de quatro dias de internação no Hospital Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. O corpo de Robson foi encontrado no sábado (27/1) e sepultado no domingo (27) no distrito de Suzano, em Brumadinho.

Roliston Teds Pereira


Roliston Teds Pereira tinha 38 anos e era funcionário da Vale. Natural de Itabira, ele deixou esposa e duas filhas.

Rosilene Ozorio Pizzani Mattar

Moradora de Brumadinho, Rosilene Ozorio Pizzani Mattar era casada com João Paulo Pizzani, funcionário da Vale e que também está desaparecido depois do rompimento da barragem do Córrego do Feijão.

Sirlei de Brito Ribeiro

Secretária municipal de Desenvolvimento Social de Brumadinho, coordenadora do curso de direito da Faculdade Asa e advogada, Sirlei de Brito Ribeiro tinha 48 anos e era casada. Ela vivia em um sítio próximo à barragem do Córrego do Feijão, da Vale, e estava no local no momento do rompimento. Apaixonada por animais, Sirlei alertava constantemente a comunidade local acerca dos abusos praticados pelas mineradoras na região e por atuar no poder municipal contra as empresas do segmento.

;A Sirlei sempre trabalhou em prol da comunidade e alertou para o risco de rompimento das barragens de rejeito de minério. As mineradoras, não só a Vale, chegavam a dizer que ela era muito chata. Agora, não vai ser só uma chata, vão ser quatro chatos clamando por justiça;, disse Sirlene de Brito Ribeiro, irmã da vítima durante o sepultamento, na quarta-feira (30/1), em Brumadinho.

No enterro de Sirlei estiveram presentes o prefeito de Brumadinho, Nenem da Asa, alunos e companheiros de trabalho e de profissão de Sirlei.


Thiago Mateus Costa


Mecânico, Thiago Mateus Costa trabalhava na Vale desde 2005. Ele é natural de Contagem, morava em Betim e trabalhava em Brumadinho. Ele deixa esposa e três filhos pequenos.

Wanderson Soares Mota

Wanderson Soares Mota, de 32 anos, natural de Filadélfia-TO, era funcionário da Vale há 13 anos. Ele atuava como operador de máquinas na barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. O corpo foi encontrado na segunda-feira e foi sepultado no Tocantins na quarta-feira (30). Segundo familiares, ele pretendia deixar o emprego em alguns meses.

Wanderson de Oliveira Valeriano

Wanderson de Oliveira Valeriano, de 35 anos, começou a trabalhar como operador de máquinas da Vale em 2017. Ele havia sido transferido há pouco tempo para a mina do Feijão, em Brumadinho. Seu corpo foi encontrado próximo ao refeitório da empresa, onde aproximadamente 300 funcionários almoçavam quando a barragem se rompeu. Filho de um sargento reformado da Polícia Militar, Wanderson deixa a esposa e três filhos pequenos. O sepultamento da vítima ocorreu na quarta-feira (30), no município de Barbacena, a 170 quilômetros de Belo Horizonte.

Warley Lopes Moreira

Formado em engenharia mecânica e pós-graduado em gestão de projetos, Warley Lopes Moreira trabalhava na Vale como coordenador de manutenção. Foi professor do Centro Universitário Una e do Cefet-MG. No início da carreira, lecionou as disciplinas de física e química na rede estadual de ensino de Minas Gerais. ;Meu irmão foi um grande homem, grande filho, grande irmão, muito bom!! Só quem teve a oportunidade de viver ao lado dele sabe!”, escreveu a irmã, Natália Moreira.

Wellington Alvarenga Benigno

Natural de Nova Lima, cidade onde ainda vivia, Wellington Alvarenga Benigno se formou em engenharia mecânica pela PUC Minas. Trabalhava na empresa Metso Brasil, que prestava serviço para a Vale. Ele deixa a mulher, Eliane Henrique, e uma filha de 5 anos. Em depoimento, a irmã dele, Letícia Alvarenga, disse que vai se lembrar do irmão como uma pessoa alegre e incentivadora. ;Você me deu a oportunidade de cura, acabou com todos os meus traumas e me fez superar limites que eu julgava inatingíveis. Mostrou pra mim a tal força que você sempre falou que eu tinha;, declarou.

Wellington Campos Rodrigues

Wellington Campos Rodrigues, de 53 anos, era analista de suporte da Vale. Natural de Bom Despacho-MG, ele vivia em Ibirité com a esposa e as três filhas, de 13, 20 e 25 anos. Lorena, a primogênita, postou em sua conta no Facebook: ;Vá em paz, pai!! O Senhor já te aguarda!’

Wesley Antonio Das Chagas

Wesley Antonio das Chagas, 37 anos, era casado e trabalhava como operador de máquinas na Vale. Pelas redes sociais, familiares chegaram a compartilhar pedidos de informações sobre a vítima, que teve a confirmação da morte dada pelo IML nessa quinta-feira (31/1).

Willian Jorge Felizardo Alves

Willian Jorge Felizardo Alves, de 24 anos, era funcionário de uma mina da Vale em Nova Lima há seis anos, porém foi deslocado para a barragem do Córrego do Feijão para cobrir férias de um colega. Seria o último dia dele em Brumadinho antes do regresso ao posto habitual de trabalho. ;Era um menino muito tranquilo, educado, cheio de sonhos;, afirmou Maria de Lourdes Vidal, prima do jovem. Estudante de engenharia, Willian morava em Nova Lima com a noiva, Alice. Eles tinham planos de se casar em outubro. Seu corpo foi enterrado no dia 27, no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte.

Wiryslan Vinicius Andrade De Souza

O auxiliar de serviços gerais Wiryslan Vinicius Andrade de Souza trabalhava há seis anos numa empresa terceirizada da Vale. Ele tinha 25 anos, era casado e não tinha filhos. Em entrevista ao Estado de Minas na segunda-feira (28/1), o irmão mais novo, Wiron Gabriel, de 18 anos, disse que conversou com Wiryslan na sexta pela manhã, antes do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Eles planejavam sair à noite. A última visualização de mensagens no aplicativo Whatsapp foi às 12h24.