Fernando Jordão
postado em 25/01/2019 19:38
O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse na noite desta sexta-feira (25/1) que pegou a empresa "totalmente de surpresa". "Estou completamente dilacerado", afirmou em uma entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro. "Não sabemos o que foi que houve com essa barragem. É muito cedo para qualquer pessoa ter essa informação", acrescentou.
Schvartsman deve ir para a cidade mineira ainda nesta sexta. Segundo o presidente, cerca de 300 funcionários ; da companhia e terceirizados ; trabalhavam no local no momento do acidente. "Não sabemos quantos foram acidentados, porque houve um soterramento pelo produto vazado da barragem", justificou.
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Ainda segundo o presidente da Vale, a barragem que rompeu nesta sexta-feira estava inativa há três anos. Por isso, o dano ambiental deve ser menor do que o provocado pela tragédia semelhante em Mariana. Na parte humana, porém, esta tragédia deve ser maior. Também de acordo com ele, empresas especializadas atestavam periodicamente a estabilidade da mina em Brumadinho.
A companhia colocou 40 ambulâncias para auxiliar no resgate a vítimas e disse que, caso os hospitais públicos da região não comportem todos os pacientes, eles serão realocados em unidades particulares. A Vale, conforme o presidente, também está monitorando o local para evitar novos rompimentos.
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Tragédia
A barragem de rejeitos da Vale se rompeu no início da tarde desta sexta. Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 200 pessoas estão desaparecidas.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou que três ministros (do Desenvolvimento Regional, Gustavo Henrique Canuto; Minas e Energia, Bento Albuquerque; e Meio Ambiente, Ricardo Salles) estão a caminho do local. Ele próprio deve ir à cidade mineira na manhã deste sábado (26/1). Enquanto isso, um gabinete de crise foi montado no Palácio do Planalto para acompanhar todo o desenrolar da situação.
Vale lembrar que, há três anos, um episódio semelhante aconteceu na cidade de Mariana, também em Minas Gerais. Dezenove pessoas morreram, nesta que, até hoje, era considerada a maior tragédia socioambiental da história do país. Ninguém foi punido.