, na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, se rompeu no início da tarde desta sexta-feira (25/1), causando destruição na região metropolitana de Belo Horizonte, capital mineira. Segundo o Corpo de Bombeiros, há vítimas, pois a lama atingiu, além da parte técnica da mineradora, uma comunidade próxima ao local. O número de pessoas atingidas ainda não foi divulgado pelas autoridades. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já foi acionado para avaliar os danos ambientais. Há três anos, o Brasil vivia uma das maiores tragédias do tipo, também em MG, com o rompimento da barragem de Mariana, que deixou 19 mortos.
[SAIBAMAIS]O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais está mobilizado para atender a ocorrência. Imagens áreas feitas pela corporação são impressionantes e dão dimensão do estrago. Em um dos vídeos, feitos por trabalhadores da mineradora, ele diz que o rompimento aconteceu na hora do almoço e atingiu um restaurante, que estava cheio de pessoas. Não há informação quanto ao estado de saúde delas, se conseguiram escapar a tempo ou se foram atingidos pela lama.
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A barragem
que se rompeu é a de Mina do Feijão, que pertence à Vale, mineradora brasileira multinacional, uma das maiores operadoras de logística do país. Em nota, a empresa confirmou que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. "A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade;, diz a nota.
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Uma jovem moradora de Nova Lima, de 17 anos, informou que o pai dela "escapou da morte", no rompimento da barragem em Brumadinho. "Agora estamos tranquilos, porque meu pai entrou em contato com a minha mãe e disse que está tudo bem", informou a adolescente. "Ela informou que o pai trabalha há muitos anos na mina como técnico, mas ela não soube dar mais detalhes sobre vítimas.
Moradora do Bairro Araguaia, na Região do Barreiro, Marta Amorim tem familiares na região atingida e está a caminho para ajudá-los. " Minhas irmãs já saíram de casa, pegaram as roupas e os documentos só e saíram. Agora que eu estou indo pra lá,mas dizem que não estão deixando ninguém entrar na cidade não. Mas agora que eu estou indo, vou passar por uma outra estrada de terra, aí que vou chegar lá, mas minhas irmãs já estão na roça, graças a Deus;, disse.
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A Prefeitura de Juatuba, cidade vizinha de Brumadinho, também emitiu um alerta na tarde desta sexta-feira. A administração direcionou o aviso aos moradores do Bairro Francelinos, que beira o Rio Paraopeba. A Defesa Civil de Juatuba e o Conselho Municipal De Desenvolvimento Ambiental (Codema) está no local solicitando a retirada e máxima atenção da população, pois ainda não se sabe a gravidade do desastre.
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Defesa Civil
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), colocou a Defesa Civil da capital à total disposição do posto de comando que deve ser montado na região de Brumadinho. O órgão consegue informou que pode colocar até 70 agentes disponíveis no local. O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, o coronel Alexandre Lucas, que já coordenou o órgão em BH, também está se deslocando de Maceió (AL) para Brumadinho.
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Mina seria ampliada
Informações da Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) dão conta que a Vale pretendia ampliar a mina do Córrego do Feijão por meio do licenciamento de unidade de tratamento de minério a seco. Esta mina e a de Jangada são contíguos e estão localizadas a cerca de 7 quilômetros do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Ambas pertencem à mineradora. Veja mais detalhes sobre o licenciamento e as intervenções que estavam previstas para os locais:
"A respeito dos processos de licenciamento das minas de Jangada e Córrego do Feijão, a Semad informa que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, em 11 de dezembro, as licenças de operação dos dois empreendimentos, com oito votos favoráveis; um voto contrário (Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas - Fonasc); duas abstenções (Ibama e Cefet) e uma ausência (DNPM).
Os dois processos, pautados na ocasião na reunião da Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Copam, não tratam de licenciamento de barragens, mas sim de uma mudança no sistema de disposição de rejeitos, alterando de um modo considerado como de maior risco (barragem) para um modo de maior controle operacional, por meio de empilhamento e disposição em cava de mineração confinada (sem barragem). O empreendedor pretende, nesta licença, reaproveitar o rejeito disposto em barragem, reduzindo este volume e, paulatinamente, reduzindo também a altura da barragem.
No caso da Mina da Jangada trata-se de ampliação de cava; pilhas de rejeito/estéril e estradas para transporte de minério/estéril, externa ao limite do empreendimento. Sobre a mina do Córrego do Feijão, trata-se de expansão das atividades, por meio do licenciamento de unidade de tratamento de minério a seco; pilhas de rejeito/estéril; disposição de rejeito em cava, sem necessidade de construção de barramento; reaproveitamento de bens minerais dispostos em barragem; e instalação de mineroduto/rejeitoduto."
Histórico
Os riscos não controlados provocaram grandes tragédias no estado: em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2001; em Cataguases, em 2003 e Miraí, em 2007, ambas na Zona da Mata; e Itabirito, na Região Central, em 2014.
Os acidentes causaram não só a degradação ambiental nas áreas, como deixaram mortos, feridos, centenas de famílias desabrigadas e muita dor e sofrimento nas comunidades.