postado em 14/01/2019 20:13
O estado do Rio de Janeiro investiga um caso de suspeita de peste bubônica na região. A vítima está internada no Hospital Municipal Luiz Palmier, em São Gonçalo, na área metropolitana do RJ. A unidade de saúde confirmou a suspeita na última quinta-feira (10/1), e o resultado está previsto para sair nesta semana.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo, o paciente não apresentou quadro clínico característico da doença, mas a bactéria responsável pela peste foi identificada em um exame preliminar feito pelo município.
O Ministério da Saúde contabiliza que o último caso da doença foi registrado em 2005, no Ceará. Apesar de a doença também ser chamada de "peste negra", o médico infectologista Leandro Machado ressalta que não é correto relacionar a doença com a Idade Média. "Os Estados Unidos e a Ásia até hoje tem áreas com risco. Na África, por exemplo, ainda tem casos urbanos da doença", explicou.
No Brasil, também há regiões com alerta para a enfermidade, conforme explicou Machado, como os estados do Nordeste e Teresópolis, no RJ. De acordo com o Ministério da Saúde, existem outras áreas pestígenas localizadas no território mineiro dos vales do Rio Doce e do Jequitinhonha, que podem ser consideradas como extensão do foco do Nordeste, que encontra-se distribuído no Ceará, no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco (com pequena extensão para o Piauí), em Alagoas e na Bahia.
"O que ajudou a diminuir os casos é que nós conseguimos tratar. Com o tratamento, você diminui a transmissão. Principalmente quando você faz a urbanização, coloca saneamento básico, e isso também diminui o número de roedores e chance de nova infecção", afirmou o infectologista.
Peste
A peste bubônica é uma doença infecciosa aguda, transmitida pela picada de pulga infectada e se manifesta sob três formas clínicas principais: bubônica, septicêmica e pneumônica. Popularmente, ela é conhecida por "peste negra", "febre do rato" ou "doença do rato".
A transmissão na forma bubônica ocorre por meio da picada de pulgas infectadas. Na forma pneumônica, a transmissão se dá por gotículas aerógenas lançadas pela tosse no ambiente. "São infecções acidentais. Ela é uma doença em que o reservatório são os roedores silvestres, e ocorre por meio da picada de carrapato nos roedores, e depois nos seres humanos. Existe um ciclo urbano que é quando o a pulga do rato vai para o cachorro ou para o gato, que também pode infectar uma pessoa", explicou Machado.
A transmissão se dá no período sintomático, em que o bacilo circula no organismo em maiores quantidades. O tratamento da peste deve ser feito com antibióticos. Para prevenção, é preciso evitar o contato com roedores silvestres e animais sinantrópicos ; que se adaptaram a viver junto ao homem ;, por causa de suas pulgas.
Com informações da Agência Brasil