No início da tarde desta terça-feira, 11, o aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos, conta que passou em frente à Catedral Nossa Senhora da Conceição, no centro de Campinas. Apesar de ser evangélico, sentiu que deveria entrar e fazer uma oração. Iniciada às 12h15, a missa já estava acabando. Aos poucos, as pessoas foram deixando o local, mas cerca de 20 pessoas continuaram rezando mesmo com a saída do padre, relata o aposentado. "Foi muito rápido", diz.
Sentado em um banco na diagonal da frente, um homem levantou de repente e se virou com uma pistola 9 mm na mão. "Só vi que tinha um casal, ele atirou uma vez em cada um e eu saí correndo", diz.
Identificado pela polícia, o atirador era Euler Grandolpho, de 49 anos, que teria iniciado um ataque a esmo contra os fiéis. Após ser baleado pela PM, ele teria se matado com um tiro na cabeça. O motivo do ataque é investigado.
"Ele não disse nada antes de atirar. As pessoas começaram a correr", afirma Rodrigues. "Na hora, já pensei que era uma chacina."
O aposentado conseguiu sair da igreja sem ser atingido. Na porta, parou para respirar, mas viu um homem baleado no ombro, tentando fugir. "Fiquei com medo e sai correndo até a rua."
Os PMs chegaram em questão de segundos. "Ouvi muita sirene, mas não sabia o que estava acontecendo", comentou o vendedor de uma loja de móveis. "Na hora, a gente não sabe se fecha a porta ou se tenta ajudar. As pessoas saíam correndo, gritando, chorando. Fiquei com muito medo", descreveu uma colega.
À tarde, a praça ficou tomada por curiosos, e a perícia teve de isolar o perímetro da igreja. Com celular, as pessoas gravavam autoridades dando entrevista ou faziam imagens da catedral.
Entre elas, faziam especulações sobre o motivo do crime. No Whatsapp, mostravam umas às outras a foto do atirador, de camisa azul, caído próximo ao altar. A maioria dizia nunca ter visto Grandolpho antes.