Brasil

Investigações contra João de Deus não devem ultrapassar primeiro mês

A garantia foi dada pelo Delegado-geral da corporação do Estado, André Fernandes de Almeida.

Lucas Valença - Especial para o Correio
postado em 10/12/2018 19:11
foto do medium João de Deus
Além do movimento iniciado pelo Ministério Público de Goiás, de criar uma força tarefa para apurar as acusações contra João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, a Polícia Civil do Estado separou uma equipe com seis delegados e delegadas e duas psicólogas para apurar o caso. No entanto, as investigações não devem ultrapassar os primeiros 30 dias. A garantia foi dada pelo Delegado-geral da corporação do Estado, André Fernandes de Almeida.

A primeira reunião da Força Tarefa ocorreu nesta segunda (10/12) para organizar a atuação da entidade policial junto às vítimas e perante o suposto agressor. No entanto, mesmo com a "complexidade e a sensibilidade" da investigação, o grupo pretende concluir a apuração em um mês. "Queremos fechar nos 30 e vamos fechar nos 30 dias, são muitos delegados atuando", declarou o delegado-geral.

O medo de relatar o ocorrido ou de denunciar atitudes do agressor, tem sido cada vez menos um empecilho às mulheres que afirmam terem sido agredidas. Ao longo desta semana, quatro serão ouvidas pela Polícia Civil, de um total de sete mulheres que já procuraram a autoridade policial. "Todas as pessoas que forem vítimas dessa situação, procurem a Polícia Civil que possui uma técnica própria de atendimento de ocorrências ser a natureza. Quanto antes a vítima procurar, melhor será para a resolução da investigação", ressaltou Almeida.

Mesmo com a dificuldade de obter provas concretas, já que a forma que o crime é praticado, "geralmente", não se dá em espaço público, André Fernandes conta que a corporação possui maneiras de se provar as agressões. "Esse tipo de crime é feito em um ambiente restrito e de ausência total de testemunhas, mas nós temos alguns métodos de investigação que conseguem produzir essa prova", explicou.

Ainda nesta segunda, o advogado de João de Deus, Alberto Torno, entrou em contato com o delegado-geral que informou que deverá colher o depoimento do médium. A previsão era de que o religioso se apresentasse na manha de hoje, o que não ocorreu. "A Polícia Civil não está negociando. Nós vamos intimá-lo para que ele venha até nós. Mas, com certeza, ele vai ser ouvido", garantiu.

A Polícia Civil de Goiás disponibilizou o telefone, (62) 3201-1140, que ficará disponível 24 horas do dia para atender e orientar possíveis vítimas que procurarem o trabalho da entidade.

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