A primeira derrocada no processo, segundo o governo, se deve a incompatibilidade de horário, já que são exigidas 40 horas de trabalho semanais; ausência de documentação, conflito com outras atividades e falta de interesse em assumir postos em áreas isoladas. Há situações delicadas, como no Amazonas. Lá, das 322 vagas disponíveis, somente 213 foram ocupadas ; 66% do total.
Apesar da renúncia de selecionados, 38% das vagas já foram preenchidas. De 8.405 selecionados, 3.276 médicos já se apresentaram ou começaram a trabalhar. Desde o início da semana, o Ministério da Saúde já telefonou para mais de três mil candidatos habilitados, além de mandar e-mails pedindo a apresentação imediata aos locais de trabalho. ;Como todo processo seletivo, os participantes possuem autonomia em assumir ou não a vaga selecionada;, destacou a pasta, em nota.
Os profissionais têm até o dia 14 para apresentação nos municípios. ;Em caso de necessidade, o Ministério da Saúde vai realizar novas chamadas até que complete o quadro de vagas do programa. Os médicos que decidirem não comparecer às atividades devem informar ao município alocado;, recomenda o texto.
O edital foi lançado para substituir os mais de 8 mil médicos cubanos que deixaram o atendimento, após o governo da ilha caribenha anunciar a saída do programa por discordar de mudanças anunciadas pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Indicação
Ontem, a pediatra Mayra Pinheiro, que ficou conhecida por se opor à participação de médicos cubanos no programa, aceitou o convite do futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para assumir a chefia do Mais Médicos. A indicação partiu da Frente Parlamentar da Medicina.Mayara é professora universitária e presidiu o Sindicato dos Médicos do Ceará entre 2015 e 2018. Nas últimas eleições, ela concorreu ao Senado pelo PSDB. ;Trabalharei incansavelmente ao lado do ministro Luís Henrique Mandetta para melhorar a saúde pública no meu país;, escreveu numa rede social.