Paloma Oliveto
postado em 19/11/2018 14:28
A defesa tenta promover uma reviravolta no caso que ficou conhecido como Chacina de Unaí, na qual um motorista e três fiscais do Ministério do Trabalho foram assassinados na cidade mineira no Entorno do Distrito Federal. Pela primeira vez, Norberto Mânica admite autoria no crime, ocorrido em 28 de janeiro de 2004. Trata-se de uma estratégia da defesa para excluir do processo o irmão de Norberto, o político Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí pelo PSDB.
Antério volta ao banco dos réus nesta segunda-feira (19/11), para que o Tribunal Regional Federal da 1; Região (TRF1), em Brasília, julgue recurso apresentado por sua defesa contra a condenação, em 2015, a 100 anos de prisão. Na sustentação oral, o advogado de defesa Marcelo Leonardo revelou que, na semana passada, Noberto fez uma declaração por escrito afirmando que o irmão não tem relação com o crime.
Os Mânica foram enquadrados em quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, pagamento de recompensa em dinheiro e impossibilidade de defesa das vítimas. Condenados em primeira instância, os dois aguardam julgamento de recursos em outras instâncias em liberdade.
Os Mânica foram enquadrados em quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, pagamento de recompensa em dinheiro e impossibilidade de defesa das vítimas. Condenados em primeira instância, os dois aguardam julgamento de recursos em outras instâncias em liberdade.
Condenações
Norberto Mânica, conhecido como o Rei do Feijão, foi o primeiro condenado, em 31 de outubro, ao ser considerado o mandante do assassinato. A sentença de primeira instância prevê a pena de 25 anos de prisão para cada assassinato, totalizando 100 anos. Quando condenado, ele já havia cumprido um ano e quatro meses na cadeia. Ao ler o veredito, o juiz federal Murilo Fernandes de Almeida disse que Mânica agiu com intenso dolo e que teve poder de decisão no crime. A sentença foi proferida após quatro dias de julgamento por júri popular, em Belo Horizonte.
Antério Mânica, eleito prefeito pela primeira vez no ano do crime, foi condenado seis dias depois, com a mesma pena de 100 anos. Na ocasião do júri, também em Belo Horizonte, ele negou envolvimento no crime e afirmou tratar-se de um ;grande equívoco do Ministério Público;. ;Não tenho nada com esse crime. Norberto não é Antério. Norberto é meu irmão. Os Mânicas são cinco produtores rurais com fazenda distintas;, afirmou.
Com informações do Estado de Minas