O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), responsável por implementar o programam Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff (PT), lamentou a decisão de Cuba de se desligar do programa Mais Médicos e criticou a ação "despreparada e conflituosa" do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em relação ao tema, que teria ocasionado o rompimento do acordo.
Para o petista, a decisão é "triste para saúde pública e para a política externa do Brasil". "Isso pode significar a saída de dezenas de milhares de médicos que estão atendendo nos sertões, na Amazônia brasileira, na periferia das grandes cidades, nas áreas mais vulneráveis", disse Padilha.
"É isso que pode acontecer quando se coloca o espírito da guerra, da ideologização, do conflito na frente dos interesses sobretudo do povo brasileiro, do povo que mais sofre e mais precisa. Dia triste para saúde publica provocado por uma ação despreparada e conflituosa do atual presidente eleito do nosso país", complementou o petista.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 14, o governo cubano afirmou que a decisão foi tomada após as críticas de Bolsonaro, que prometeu alterar os termos da cooperação.
"As modificações anunciadas impõem condições inaceitáveis e descumprem as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificadas em 2016 com a renegociação do termo de cooperação entre a OPAS, o Ministério da Saúde do Brasil e o convênio de cooperação entre a OPAS e o Ministério da Saúde Pública de Cuba", afirma o comunicado de Havana.