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Brasil não tem condições de repor os médicos cubanos, afirma especialista

Avaliação é do médico Flávio Goulart, professor de medicina aposentado da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do Observatório da Saúde

Otávio Augusto
postado em 14/11/2018 15:07
Chegada de médicos cubanos que participam do programa Mais Médicos do governo federal, em agosto de 2013
O professor de medicina aposentado da Universidade de Brasília (UnB) Flávio Goulart, atualmente integrante do Observatório da Saúde lamentou a descontinuidade do Programa Mais Médicos, anunciada pelo governo cubano nesta quarta-feira (14/11). "Ele permitiu que pessoas que nunca tiveram contato com médico tivessem acesso à medicina. Esse é o lado humano. Além disso, tem o lado técnico. Onde o programa atuou, há vários índices de melhora na atenção primária à saúde", afirma.
O Observatório da Saúde, do qual Goulart faz parte, é uma organização sem fins lucrativos, criada em março de 2016, por médicos e profissionais da área de saúde "comprometidos com a garantia dos direitos humanos, bem-estar social e com o resgate á cidadania". O professor diz que o Brasil não tem condições de repor os médicos cubanos.

"O prejuízo é muito grande. O país não tem como repor esses profissionais rapidamente. As universidades têm formado mais médicos, mas o nosso processo ainda é de formar especialistas e não médicos que possam dar atendimento imediato;, conclui.

Dados do Mais Médicos

Ao todo, 63 milhões de brasileiros passaram a ter atendimento médico com a instalação do Programa Mais Médicos, em 2013, segundo dados do Ministério da Saúde. A cobertura do Mais Médicos na atenção básica é de 72,69% em outubro de 2018.
O mais recente balanço do programa, divulgado em 2016, pontuou que a ação é responsável por 48% das equipes de atenção básica em municípios com até 10 mil habitantes. Em 1,1 mil cidades atendidas pelo programa, ele representava toda a cobertura de saúde básica. Apesar da polêmica, o Mais Médico contrata profissionais de diversas nacionalidades.

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