;Não senti nada. Nem dormência nem tontura. Acordei, levantei da cama e caí no chão. Não conseguia me mexer;, conta a dona de casa Iolanda da Penha Silva, 58 anos, que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), em 21 de abril do ano passado. Por conta disso, ela perdeu o movimento da perna e do braço esquerdo, anda com a ajuda de uma bengala e faz fisioterapia desde então. Iolanda perdeu um irmão por AVC hemorrágico.
Moradora de Osasco, Iolanda diz que a vida mudou completamente após o derrame. ;Eu era uma pessoa independente, ativa. Hoje preciso de ajuda para tudo. Para me secar após o banho, vestir roupa, pegar comida, cortar pão. Nunca tive problemas de saúde, mas também não praticava atividades físicas. Se tivesse tido outro estilo de vida, talvez não tivesse acontecido. Hoje levo uma vida diferente, faço caminhadas, me preocupo mais comigo, frequento os médicos. Tento correr atrás do prejuízo;.
Às vésperas do Dia Mundial do AVC, na próxima segunda-feira, 29, um levantamento da Rede de Reabilitação Lucy Montoro faz um alerta à população sobre os riscos da doença, a maior responsável por mortes no Brasil. Segundo a instituição, até agosto de 2018, 69% das vítimas de AVC atendidas têm menos de 60 anos e fazem parte da população economicamente ativa. Em 2017, eram 54%. Ainda nesse recorte, no ano passado, 55% eram mulheres e neste ano, o público feminino chega a 59%.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, em 2017, foram 221.725 pacientes internados para o tratamento de AVC isquêmico e hemorrágico no país. Até agosto de 2018, foram registradas 149.571 internações para o tratamento da doença. Em relação aos óbitos, a pasta registrou, em 2016, 41.019 mortes por AVC; 4.782 por infarto cerebral e outras 34.628 por outras doenças cerebrovasculares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil apresenta a quarta taxa de mortalidade por AVC entre os países da América Latina e Caribe e que a cada 6 segundos uma pessoa morre por conta da doença que atinge um sexto da população global.
O fisiatra Daniel Rubio avalia que o perfil de idade do paciente de AVC baixou, reflexo da alteração do estilo de vida. ;Temos um padrão de sedentarismo em idades mais tenras. O número de mulheres com o mal também aumentou. Elas estão fumando mais, têm dupla atividade e procuram menos os médicos por falta de tempo;. Rubio observa que quanto mais exposto a fatores como hipertensão, diabetes, tabagismo, alimentação inadequada, estresse, consumo frequente de álcool e drogas, colesterol elevado, doenças cardiovasculares e sedentarismo, maiores as chances de desenvolver o AVC e outras doenças.
- O que é?
O AVC ocorre quando há uma alteração do fluxo sanguíneo no cérebro, causando a morte das células nervosas da região atingida. Responsável por cerca de 80% dos casos, o Acidente Vascular Isquêmico pode surgir por uma obstrução dos vasos sanguíneos por conta de tromboses (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolias (trombo ou placa de gordura originária em outra parte do corpo que se solta e chega ao cérebro). No caso de uma ruptura do vaso sanguíneo, acontece o Acidente Vascular Hemorrágico.
Sintomas
Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo; dificuldade súbita de falar ou compreender; perda visual súbita em um ou ambos os olhos; súbita tontura, perda de equilíbrio e/ou de coordenação; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. - Sarampo avança
Os casos de sarampo subiram 25% em um mês. Atualmente, são 2.425 notificações. No início de outubro, eram 1.935. O Brasil tem três meses para controlar os casos para não perder o certificado de erradicação da doença. Apesar de o Ministério da Saúde estar monitorando a situação, os doentes não param de aumentar. Continuam em investigação 7,6 mil casos suspeitos. Amazonas e Roraima centralizam o problema. Há casos em outros sete estados e no DF. Ao todo, 12 pessoas morreram.