O ex-vice-prefeito de Itu, Élio Aparecido de Oliveira Júnior, condenado a 20 anos de prisão pela morte do advogado da prefeitura, em 2006, foi preso na noite da terça-feira, 25, em Cubati, no interior da Paraíba. O empresário, que também foi presidente do Ituano Futebol Clube e vereador em Ribeirão Preto, aguardava em liberdade o julgamento de recurso, mas teve a ordem de prisão decretada e foi considerado foragido em 2017.
Ele usava documentos falsos, mas foi denunciado por moradores da pequena cidade que estranharam o estilo de vida do ex-político.
Ao ser abordado pela Polícia Militar, Oliveira Júnior apresentou documento falso de identidade e chegou a ser liberado pelos policiais. Numa nova abordagem, a autenticidade do documento foi checada com apoio da Polícia Civil e a fraude foi descoberta.
O empresário foi detido e autuado por falsidade ideológica. Como tinha mandado de prisão em aberto, ele ficou preso.
Oliveira Júnior foi levado a uma audiência de custódia, na manhã desta quarta-feira, 26, e sua prisão foi mantida. Com a falta de vaga na cadeia de Cubati, ele foi transferido para a prisão de Soledade, cidade vizinha, onde aguardará transferência para uma unidade prisional do Estado de São Paulo.
Defesa
O advogado do ex-vice-prefeito, Flávio Markman, confirmou a prisão e disse que vai adotar medidas para que seu cliente seja libertado. Conforme o defensor, o julgamento do ex-político, em 2015, foi marcado por nulidades que foram objeto de recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Ele foi condenado por um placar de 4 a 3 e houve nulidades insanáveis no julgamento. Pedimos que aquele júri seja considerado nulo e que um novo julgamento seja marcado. O recurso está há dois anos no STJ e agora, com a prisão, esperamos que haja celeridade na decisão pelo fato de haver réu preso", disse.
Mandante
Oliveira Junior era vice-prefeito de Itu e presidente do Ituano, clube da primeira divisão do futebol paulista, quando o advogado da prefeitura, Humberto da Silva Monteiro, foi assassinado com tiros na cabeça, no centro da cidade. Ele estava no banco do passageiro de uma caminhonete dirigida pelo radialista Josué Dantas, assessor de comunicação da prefeitura. Os criminosos, numa moto, atiraram também contra o radialista, mas erraram o alvo.
Os dois atiradores e dois seguranças de Oliveira Junior, um deles ex-policial militar, foram condenados pelo crime, mas o então vice-prefeito foi apontado como mandante. Na época, ele tinha rompido com o então prefeito Herculano Passos, atual deputado federal pelo MDB.
Quando foi assassinado, Monteiro também era advogado de Passos. Oliveira Junior foi julgado e condenado nove anos após o crime e, na época, teve o direito de recorrer em liberdade. A medida, no entanto, foi derrubada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, no ano passado, após recurso do Ministério Público.