Jornal Correio Braziliense

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Células-tronco são uma das técnicas mais promissoras no combate ao câncer

O transplante de medula é o único tipo de tratamento com células-tronco amplamente disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS)


Uma das técnicas promissoras para o tratamento do câncer é o uso de células-tronco. O transplante de medula é o único tipo de tratamento com células-tronco amplamente disponibilizado no sistema único de saúde (SUS).

Nesta terça-feira (25/9), durante o Correio Debate: oncologia no Brasil, inovação no tratamento e diagnóstico do câncer, o hematologista Fernando Blumm, especialista em transplante de medula óssea e terapia celular do Sírio-Libanês de Brasília, ressaltou os avanços neste tipo de assistência médica.

O especialista desmistificou alguns pontos do transplante. ;Não se trata de uma cirurgia. Há uma coleta de células. São usadas aquelas que se reproduzem. Esse é um processo seguro. Fazemos uma expansão e coletamos o excesso. Quem doa não tem nenhum prejuízo. É diferente de quem doa um rim, por exemplo;, detalha.

As células-tronco são encontradas no sangue, em ossos longos e no sangue do cordão umbilical. ;Existe a possibilidade de o doador e o recepetor ser a mesma pessoa, pessoas diferentes (familiares, amigos ou desconhecidos), entre gêmeos com o mesmo código genético ou com o sangue do cordão umbilical;, esclarece.
Ele completa. "O paciente não precisa ir para centro cirúrgico, não se perfura o osso pele. Não injetamos sangue no osso do paciente. A colocamos no sangue periférico e ela repovoa o sistema imunológico. Esse é um tipo de célula que sabem onde deve esta", pondera.

A técnica trata doenças oncológicas como a leucemia e mielomas, mas também males como aplasia de medula, talassemia, anemia falciforme e imunodeficiência. ;Temos mais entendimento de como fazer e como usar. Hoje conseguimos fazer uma seleção de doador com uma taxa de compatibilidade menor pela melhora de selecionar o doador, às vezes com uma pessoa com 50% de compatibilidade;, avalia.

Fernando ressalta a importância do transplante como uma das possibilidades de tratamento. "Estamos cientificamente mais preparados para indicar o tratamento e em qual o momento. Conseguimos prevenir a rejeição e mitigar as infecções oportunistas. Os pacientes passam por um processo longo de baixa imunidade e sequer tem febre e quando tem isso é corrigido", conclui.

O desenvolvimento de medicamentos colabora para eficácia do tratamento. "Pouca rejeição e muito ataque à doença. Isso é o que precisamos. Temos medicamentos que diminuem inflamações e não prejudicam o ataque", explica.

Contudo, há casos em que o paciente não reage bem. "Existe a possibilidade, mas pequena, de o transplantado ser atacado pela própria célula. Esse é um campo que ainda se pode ter avanços nos estudos clínicos e científicos", pondera.

O desenvolvimento das técnicas de suporte interferem nos resultados. "É o uso de bons antibióticos, antivirais, de boa UTI e sobretudo de uma boa equipe. Isso faz o resultado obtidos no Brasil diferir dos da Europa e dos Estados Unidos", explica.

Fernando acredita que este tipo de técnica deve ser usado amplamente no tratamento do câncer nos próximos anos. "Estamos atingido resultados excelentes em pacientes que fracassaram em outros tratamentos", completa.