Essa foi a primeira vez que o Museu Nacional exibiu sua coleção didática ao público desde o incêndio ocorrido em 2 de setembro. Visitantes da Quinta da Boa Vista, parque municipal onde se localiza o museu, tiveram a oportunidade de ver e tocar em animais empalhados, ossos de animais, amostras de rochas e insetos.
;Nosso objetivo é estar aqui todo domingo e manter essa relação com a população, em permanente contato com o público que frequenta a Quinta da Boa Vista;, disse a educadora museal Andrea Costa.
Aline Souza, que mora perto da Quinta da Boa Vista, aproveitou a exibição para mostrar as peças ao filho de 5 anos, que não teve a oportunidade de conhecer o museu antes do incêndio. ;Meu filho chorou quando soube do incêndio, porque ele nunca tinha vindo no museu. E a gente mora aqui do lado, deixou o museu queimar para depois vir;, lamentou.
;O Museu Nacional está vivo e, dentro das circunstâncias que vivemos, estamos nos adaptando para mostrar à população o que estamos fazendo e trazer a população para junto da instituição neste momento tão difícil;, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. Ele informou que pretende instalar um contêiner em frente ao prédio para dar informações à população sobre a reconstrução da instituição.
Recuperação do museu
Alexander Kellner afirmou também é preciso esperar a conclusão da estabilização estrutural do edifício atingido pelas chamas no último dia 2 para iniciar o trabalho de resgate do acervo que ainda está dentro do prédio. A garantia da estabilização das estruturas é importante também para que a Polícia Federal conclua sua perícia, segundo Kellner.
;Ainda tem acervo lá dentro que a gente não sabe como está. Mas estou com grandes esperanças [de encontrar itens não afetados pela tragédia];, afirmou o diretor.
Ele espera que ainda seja possível incluir uma emenda parlamentar para o Museu Nacional no Orçamento da União de 2019. ;Para que haja uma quantia vultosa e a gente possa reerguer pelo menos a parte estrutural, que a gente consiga fazer aquelas primeiras obras, como o teto permanente, tubos, cabos, enfim tudo aquilo que um prédio precisa;, disse.
Segundo o diretor, museus e governos de outros países têm entrado em contato com o Museu Nacional para oferecer ajuda. ;O que a gente pede enquanto museu é: não nos deem dinheiro, nos deem acervos. Só que nós temos que merecer esse acervo, ter as condições não só dignas mas excepcionais para cuidar desse acervo e nunca mais uma tragédia dessa aconteça;, disse.