Duas gêmeas siamesas nascidas em Goiânia passaram por uma cirurgia de separação nesta quinta-feira (23/8), no Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI), na capital goiana. O procedimento, que durou cerca de 4h30, foi considerado exitoso pela equipe médica, mas, mesmo assim, o estado de saúde das bebês é gravíssimo e elas respiram com a ajuda de aparelhos.
As gêmeas nasceram um dia antes da cirurgia, no mesmo hospital, após 37 semanas de gestação e pesando 4,785 Kg. Elas estavam unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando apenas o fígado. Logo após o nascimento, ambas foram encaminhadas à UTI. Em uma delas, foi diagnosticada uma cardiopatia cianogênica grave. Por isso, a cirurgia de separação foi feita de forma emergencial, contando com a participação de 15 profissionais.
A mãe das crianças é Viviane de Menezes dos Santos, de 30 anos. Assim como as filhas, ela segue internada, sem previsão de alta. Seu estado de saúde, porém, é bom. A mulher precisou viajar de Salvador (BA) para Goiânia para fazer o parto. Isso porque, de acordo com o próprio HMI, a unidade é a única do Sistema Único de Saúde (SUS) apta a realizar a cirurgia de separação no país.
Esta foi a 18; cirgurgia do tipo realizada no hospital goiano. A primeira aconteceu em 2000, com as gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve e compartilhavam diversos órgãos, entre eles os rins e o estômago. Também segundo o HMI, a literatura médica indica que um em cada cinco gêmeos siameses sobreviem ao procedimento de separação. Na unidade, o índice chega a 50%.