A Polícia Civil de Guarapuava (PR) e o Ministério Público do Paraná (MPPR) receberam, nesta sexta-feira (2/8), as imagens de segurança do prédio onde morava a advogada Tatiana Spitzner, 29 anos, e o marido dela, Luís Felipe Manvailer. O Correio teve acesso às filmagens na íntegra, mas, por se tratar de cenas extremamente fortes, optou por não veiculá-las integralmente, em respeito à família da vítima e aos leitores. Em 22 de julho, Tatiana foi encontrada morta, dentro da casa onde vivia com Luís Felipe, após cair do 4; andar do prédio onde morava, na cidade paranaense. Ele foi preso preventimamente, por feminicídio.
Nas imagens, é possível ver o casal chegando em casa, por volta das 2h35. A violência teria começado ainda do lado de fora do prédio, dentro do carro da família. Em outro momento, já no estacionamento do condomínio, as imagens das câmeras de segurança mostram mais agressões. Luís Felipe retira Tatiana do carro, com truculência. Depois, pega a mulher pelos cabelos e coloca o dedo em riste na face da jovem, enquanto fala algo. Ele entra no carro e estaciona na vaga.
Uma terceira câmera, já de outro ângulo, flagra a vítima correndo do agressor, em direção ao elevador. As imagens são fortes. Ela tenta se desvencilhar incontáveis vezes, enquanto é agarrada e jogada contra as paredes do ascensor. Não há áudio nos vídeos, mas é nítido o desespero de Tatiana, que grita, possivelmente por socorro.
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O vídeo mostra o exato momento da queda da advogada, bem como o suspeito carregando o corpo dela de volta ao apartamento. Em outro momento, sem a jovem, Manvailer aparece com outra camiseta. Na camisa social que usava anteriormente havia manchas de sangue. Minutos depois ele foge, pela garagem, com o carro dele. Luís Felipe foi preso após fugir, alegando que não conseguia esquecer a imagem da esposa "pulando a sacada", como teria dito em audiência de custódia. O carro dele foi encontrado na BR-277, a 300km de Guarapuava.
Em coletiva de imprensa, na tarde desta sexta, os promotores responsáveis pela investigação disseram que "não existem dúvidas da prática de feminicídio. As imagens do circuito interno e externo demonstram que, no dia dos fatos, o professor agrediu a vítima de forma violenta até culminar a sua morte". Outra questão levantada pelos promotores foi o fato de Luís Felipe ter modificado a cena do crime, carregando o corpo da vítima, retirando do local da queda, além de limpar os vestígios de sangue no corredor e no elevador.
O MPPR deve oferecer a denúncia contra o acusado na segunda-feira (6/8), quando o caso passará a ser analisado pela Justiça. A defesa de Manvailer afirma que aguarda o resultado de exames periciais para emitir qualquer parecer.