O diabetes é a terceira causa de mortes no país e atinge mais de 13 milhões de brasileiros, o equivalente a 6,9% da população. Em alguns casos, a demora no diagnóstico resulta em complicações que podem levar ao infarto, a acidente vascular cerebral (AVC), à trombose e à amputações de pernas e braços.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou crescimento de 12% no número de mortes por diabetes entre 2010 e 2016, conforme dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram 61.398 casos fatais em 2016 contra 54.877 em 2010. A doença é considerada um dos maiores problemas de saúde do mundo.
Para discutir o problema, o Correio Braziliense promoverá, em parceria com o movimento Para Sobreviver, em 7 de agosto, o Correio Debate que tem por objetivo promover o diálogo e aumentar a visibilidade da doença. Com o tema ;Acesso e avanços nos tratamentos do diabetes;, a roda de conversas será realizada das 10h às 13h40, no auditório do jornal.
De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, uma das palestrantes convidadas, um quarto das pessoas com diabetes não sabe que porta a doença e, com a desinformação, aumentam as complicações. O diabetes, segundo ela, pode ser explicado pelo crescimento urbano e pela falta de tempo para cuidados relativos à saúde e à alimentação.
;Metade das pessoas que tem diabete desconhece ter a doença. Ela evolui de forma silenciosa. Quando é descoberta, os problemas são mais graves. É preciso ficar atento aos fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, hipertensão e históricos familiares. Para evitar o diabetes, deve-se realizar atividade física e se alimentar bem;, alerta.
Hermelinda explica ainda que o país avançou no fornecimento da medicação, mas que as drogas estão atrasadas em relação às descobertas. ;As medicações não acompanharam a evolução terapêutica. Há drogas com potencial para reduzir doenças cardiovasculares. Isso precisa ser levado em conta. Precisamos reunir as sociedades médicas, as associações e os órgãos competentes para a avaliação de custo e benefício. É preciso uma revisão na relação nacional de medicamentos para análises e oferecer aqueles que ajudem a reduzir a mortalidade vascular;, aponta.
O debate será aberto pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Serão apresentados dois painéis. O primeiro abordará os avanços terapêuticos no tratamento do idoso com diabetes e doença cardiovascular. Contará com a participação de Oscar Pereira Dutra, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e Artur Felipe Siqueira de Brito, diretor do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde (Dgits).
O segundo painel vai tratar do aprimoramento do acesso de idosos com diabetes e alto risco cardiovascular no Sistema Público de Saúde, com a participação do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Marco Antônio de Araújo Fireman, de Túlio César Lins, doutor em medicina molecular e professor da Universidade Paulista (Unip), e do presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes, Fadlo Fraige Filho.