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Vaticano abre julgamento contra ex-diretor do 'banco do papa'

De acordo com uma investigação da Justiça do Vaticano, Angelo Caiola é suspeito de ter vendido ilegalmente "uma parte substancial" dos bens imobiliários do Vaticano

Cidade do Vaticano, Santa Sé - O julgamento de um ex-diretor do "banco do papa", suspeito de apropriação indébita de fundos públicos e de lavagem de dinheiro, foi aberto nesta quarta-feira (9/5) no Vaticano, antes de ser adiado para uma nova data.

O ex-diretor do Instituto para as Obras da Religião (IOR, o "banco dos papas") Angelo Caloia, de 78 anos, esteve presente na primeira audiência, enquanto seu coacusado, o advogado Gabrielle Liuzzo, de 94, não compareceu "por causa de sua idade", segundo um comunicado do Vaticano.

O presidente do tribunal deu até 18 de maio a todas as partes para que apresentem todos os documentos considerados úteis e, em seguida, ele irá decidir a data da próxima audiência.

De acordo com uma investigação da Justiça do Vaticano, os dois homens são suspeitos de terem vendido ilegalmente "uma parte substancial" dos bens imobiliários do Vaticano, operações que resultaram em perdas financeiras superiores a 50 milhões de euros.

O caso foi revelado em 2014, quando as contas bancárias de dois ex-funcionários e de um advogado foram averiguadas. O ex-diretor do banco Lelio Scaletti, o terceiro homem envolvido no caso, morreu nesse meio tempo.

Foi o banco que apresentou uma queixa contra eles por fatos que datam de 2001 a 2008.