A Samarco e suas controladoras - Vale e BHP Billiton - vão pedir mais prazo para a entrega do plano que prevê a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, ocorrida em Mariana, em Minas Gerais, em 5 de novembro de 2015, tragédia que matou 19 pessoas e destruiu o distrito de Bento Rodrigues. A informação é do Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF-MG). O prazo para entrega do plano vence nesta sexta-feira, 20.
Se confirmada, essa será a quarta vez que a data é prorrogada. Os prazos anteriores venceriam em 30 de junho de 2017, 30 de outubro e depois 16 de novembro do mesmo ano. A entrega e as alterações anteriores nas datas foram homologadas pela Justiça com a participação das empresas e do MPF.
O plano precisa ser entregue à 12; Vara da Justiça Federal, em Belo Horizonte. Entre os pontos do acordo está o diagnóstico final de danos sócioeconômicos causados pelo rompimento da represa.
Ações suspensas
Por causa do acordo, ações movidas contra as empresas pelo MPF, no valor de R$ 155 bilhões, e o acordo fechado pela Advocacia Geral da União (AGU) para criação de um fundo de R$ 20 bilhões para recuperação da Bacia do Rio Doce, poluída pelo rejeito de minério de ferro que vazou da represa, estão suspensos.
A Samarco informou que, ao menos por enquanto, não vai se posicionar sobre a entrega do plano, posicionamento que, conforme a assessoria, pode mudar ao longo do dia. A empresa disse ainda que um termo aditivo já foi assinado entre as partes, o que prevê a contratação de especialistas, pagos pelas empresas, que trabalham para o MPF no diagnóstico dos impactos da lama de Fundão. A BHP também disse que, no momento, não vai se posicionar. A reportagem aguarda retorno da Vale.