Gabriela Vinhal
postado em 18/04/2018 14:57
Nos primeiros quatro meses do ano, 62 pessoas morreram de gripe no Brasil. O número ainda é inferior ao do ano passado, quando, no mesmo período, o país teve 66 óbitos. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (18/4), pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da 20; Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe.
Segundo o ministro Gilberto Occhi, apesar de os números ainda serem menores, é preciso ressaltar a importância da vacinação contra o influenza, para evitar mais mortes e complicações decorrentes da doença. "O nosso objetivo é distribuir a vacina para 100% do público-alvo e não repetir o que ocorreu em 2017, que a cobertura foi de 87,7% no país", acrescentou.
O Ministério encomendou 60 milhões de doses de vacina este ano, no entanto espera-se vacinar apenas 54 milhões de pessoas em todos os estados e municípios brasileiros. Os seis mil restantes ficarão de reserva para eventuais roubos e perdas.
O governo deve terminar de distribuir as doses das vacinas até meados de maio. De acordo com a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues, o único estado que teve a campanha antecipada foi Goiás, por conta de um recente aumento de infecção da doença na região.
"A doença tem um período sazonal, não podemos tratar como um surto. Mas identificamos uma maior circulação do vírus principalmente em Goiânia, por isso disponibilizamos antecipadamente", explicou.
Campanha
De 23 de abril a 1 de junho, idosos acima de 60 anos e gestantes, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade ; o que inclui adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas - e os funcionários do sistema prisional deverão se vacinar no posto de saúde mais próximo
Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais também deverão se imunizar. Este público deve apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a vacina, sem a necessidade de prescrição médica.
A vacina atual protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), como o H1N1, o H3N2 - um tipo do vírus que, só nos Estados Unidos, infectou mais de 47 mil pessoas e provocou diversas mortes - e o influenza B. O imunizante chegou antes à rede privada, ainda no mês passado, e custa cerca de R$ 160.
Gripe x resfriado
O tempo frio pode provocar outras doenças respiratórias, que podem ser confundidas com a gripe, como o resfriado. Há diferenças entre eles, mas os sintomas são muito parecidos.
A gripe é causada pelo vírus influenza. Os principais sintomas são febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre mais forte talvez seja o sintoma mais característico e dura em torno de três dias. A transmissão dos vírus da gripe ocorre por meio do contato com secreções das vias respiratórias, de uma pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar.
Já o resfriado é causado por vírus diferentes, e geralmente acometem crianças. Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com da gripe, são mais leves e duram menos tempo, entre dois e quatro dias, no total. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, leve dor no corpo e na garganta. Não é muito comum ter febre durante um resfriado e, quando acontece, não é eleva muito a temperaturas do corpo.