Imagine morar num conjunto habitacional onde é possível produzir toda energia consumida dentro da residência. Essa será a realidade de 248 famílias que vão se mudar para o Residencial Jurema, em Bezerros, no Agreste, em Pernambuco, neste semestre. Com 97% da obra construída, todos os imóveis do condomínio terão placas fotovoltaicas, que acumularão luz solar. Também é a primeira experiência em uma obra pública realizada por meio de uma parceria entre a Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), Universidade de Pernambuco (UPE) e a empresa japonesa Kyocera Solar, que forneceu as placas a preço de custo.
O resultado do trabalho mereceu o Selo do Mérito na Categoria Especial 2018, prêmio nacional concedido pela Associação Brasileira de Cohabs e Agentes Públicos de Habitação e Fórum Nacional de Secretários de Habitação e Desenvolvimento Urbano. ;O Jurema é um exemplo de política pública a ser seguido. Além da economia nas contas de energia para os moradores, a iniciativa está de acordo com as resoluções mundiais de sustentabilidade;, afirmou o secretário de Habitação, Kaio Maniçoba. A tecnologia está sendo usada pela primeira vez no Nordeste.
A entrega do prêmio será amanhã em Salvador. Ontem, o presidente da Cehab, Raul Goiana, participou de debate sobre as experiências de Pernambuco e Goiás na área da habitação de interesse social durante o 65; Fórum Nacional de Habitação de Interesse Social 2018, que está sendo realizado de 20 a 22 de março, no Fiesta Bahia Hotel.
Segundo o presidente da Cehab, as casas serão transformadas em unidades produtoras de eletricidade. ;Cada unidade vai produzir a sua própria energia. Por meio do programa de compensação de créditos, com o CPF do titular, se a residência produzir 50 kilowatts e consumir 60, por exemplo, só pagará por 10 kilowatts. Se ele produz mais do que consome, poderá jogar o excedente na rede elétrica da Celpe e ficar com o crédito;, esclareceu Raul Goiana.
As famílias que vão morar no residencial estão sendo atendidas por uma equipe técnica e aprendendo a usar as placas com durabilidade de 25 anos. Ao todo, o habitacional teve investimento de R$ 13 milhões, sendo R$ 357 mil da Cehab. O habitacional foi financiado pela programa Minha Casa Minha Vida Entidades - FDS (Fundo de Desenvolvimento Social), promovido pela Caixa Econômica.