Trezentas pessoas morreram no País desde dezembro por causa da febre amarela. Números divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que, somente neste ano, foram confirmados 916 casos da infecção, com 299 óbitos. O indicador já é muito superior ao que foi registrado durante todos os meses de 2017, o ano que até então era considerado com maior número de casos de febre amarela da história recente. Na epidemia do ano passado, haviam sido contabilizados 777 casos, com 261 óbitos.
Minas Gerais tem o maior número de casos confirmados (415), seguido por São Paulo (376) e Rio de Janeiro (123). Apesar das estatísticas muito superiores das que foram apresentadas durante os 12 meses do ano passado, o Ministério da Saúde argumenta que a doença atualmente atinge áreas metropolitanas, com maior contingente populacional. E, seguindo essa lógica, a distribuição de casos por número de habitantes, a incidência, é menor agora. Esse raciocínio, no entanto, é pouco usual.
Tradicionalmente, para doenças como febre amarela, o que se leva em consideração é o número absoluto de casos, não a comparação com a população residente na área atingida pelo surto.
A campanha de vacinação contra febre amarela em São Paulo, Rio e Bahia continua. Desde 25 de janeiro, quando a iniciativa teve início, foram vacinados 6,5 milhões de pessoas. Um número bem abaixo da meta, que é vacinar 23,9 milhões que vivem em áreas consideradas de maior risco.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que tem afirmado que a situação da febre amarela está "sob controle" afirmou não haver ainda nenhuma decisão sobre como será feita a extensão da indicação da vacina contra doença para todo o País.