O governo federal vai iniciar nos próximos 15 dias o processo de transferência de venezuelanos refugiados em Roraima para os estados de São Paulo e Amazonas. A ordem é esperar primeiro a imunização dos imigrantes. Após isso, o processo de interiorização será iniciado, explicou nesta quarta-feira (21/2) o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha.
A previsão é de que, inicialmente, 350 venezuelanos sejam encaminhados para São Paulo. Outros 180 serão conduzidos para Manaus. ;A previsão é de 15 dias para fazer a imunização e iniciar (a interiorização). Estamos garantindo primeiro a vacinação para depois interiorizar;, explicou Padilha.
Os números, no entanto, ainda estão bem aquém dos 17,1 mil venezuelanos que pediram refúgio à Polícia Federal somente em 2017. Que dirá dos 40 mil venezuelanos que vivem atualmente em Boa Vista, capital de Roraima. O governo, no entanto, garante que está promovendo todos os esforços necessários para acomodar os imigrantes.
O Exército, inclusive, se prontificou a oferecer 3 mil vagas de abrigo para os venezuelanos que se encontram em Roraima. Metade dos espaços serão destinados aos refugiados que se encontram em Boavista, e a outra aos situados em Pacaraima (RR), município que faz fronteira com a Venezuela.
Concomitantemente aos esforços em assegurar abrigo e moradia, o governo também iniciou um processo de acompanhamento para a melhor identificação dos refugiados. ;Estamos trabalhando em um ordenamento melhor da fronteira para que tenha todo o cadastramento da população que entra. E não percamos as informações necessárias. Muitos imigrantes que vêm necessitam de atendimento emergencial de saúde;, destacou a subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Natália Marcassa de Souza.
A PF também iniciou esta semana um registro da população venezuelana que já entrou em Roraima. O objetivo é permitir que o governo brasileiro conheça melhor todas as características, formação profissional e tenha registros adequados para trabalhar com os refugiados. ;Também estamos iniciando um centro de apoio e triagens mais adequados, tanto em Pacaraima quanto em Boavista, para que tenhamos condições mínimas para os imigrantes que chegam;, destacou Natália.