A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a segunda fase da Operação Torrentes. Denominada Círculo de Fogo, a etapa pretende apurar desvio de recursos públicos federais e corrupção envolvendo oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão. Ao todo, cerca de 80 policiais federais, com o apoio de servidores da Controladoria-Geral da União, estão cumprindo sete mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão nos estados de Pernambuco e Maranhão. Todos expedidos pela 13; Vara da Justiça Federal em Pernambuco. Também foi determinado o sequestro dos bens de todos investigados, como forma de garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos.
Os presos de Pernambuco estão sendo encaminhados para a sede da Polícia Federalno Recife, para serem interrogados e, dependendo do grau de participação e envolvimento, responderão pelos crimes de corrupção passiva por parte dos funcionários públicos do CBMMA por corrupção ativa, por parte de alguns empresários que estavam na condição de verdadeiros proprietários da empresa FJW EMPRESARIAL. As penas ultrapassam os 12 anos de reclusão. Após serem ouvidos, todos serão encaminhados exame de corpo de delito e comparecerão à audiência de custódia. Caso sejam ratificadas suas prisões, eles serão encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) e para a Colônia Penal Feminina. Já os militares seguirão para uma instituição designada pelo Comando da Polícia Militar de Pernambuco.
Os documentos apreendidos na primeira fase da Operação Torrentes reveleram diversas irregularidades junto à Secretaria da Casa Militar de Pernambuco na aplicação dos recursos federais repassados para o atendimento da população atingida pelas fortes chuvas que atingiram a mata sul pernambucana nos anos de 2010 e 2017. As investigaram apontaram para um dos grupos empresariais favorecido com contratos firmados com o Corpo de Bombeiros Militar do estado do Maranhão nos anos de 2013 e 2014, destinados a auxiliar as vítimas da forte seca que atingiu o estado naqueles anos.
Repasse chamou atenção
Chamou a atenção dos investigadores que assim que os valores eram creditados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão na conta da empresa fornecedora investigada, parte deles era repassada diretamente para as contas bancárias de oficiais daquela instituição, inclusive da alta cúpula, ou para as contas de um operador, que se encarregava de transferir a quantia.
Os indícios também apontam superfaturamento nos contratos em virtude de preço quase 30% superior ao de mercado e também do não fornecimento integral do objeto pactuado, os quais podem totalizar um prejuízo de mais de R$ 10 milhões de reais aos cofres públicos.