Segundo a professora de sociologia, Christiane Coelho, da Universidade de Brasília, os fatos apontados pelo levantamento podem ser um reflexo de uma sociedade cada vez mais pautada no consumo e no individualismo. ;A rede social reflete a sociedade. O que junta as pessoas é o poder de indentidade. Essa identidade saudável, de culto ao corpo passa a ser um novo valor;, pondera. Outro ponto seria que as pessoas não estariam dispostas a divulgar nas redes sociais fatos que manchem sua imagem. ;Desemprego não é uma coisa boa. Nas redes sociais a gente mostra o que é bom de se mostrar para os outros;, finaliza.
;Pode ser um problema a longo prazo;, alerta a professora. Christiane explica que é importante se pensar que parte dessa parcela que está mais preocupada com frequentar a academia e alcançar o modelo perfeito de corpo pode fazer parte da geração do ;nem nem;, que seria a geração que ;nem estuda e nem trabalha;. ; É necessário pensar-se na capacitação dessas pessoas para admitirem seu espaço no mercado de trabalho;, critica.
Mesmo com uma sociedade caracterizada por ter uma grande preocupação com a beleza do corpo, ainda há a centralização do trabalho, segundo Christiane. É dessa forma que os planos de academia para 2018 chegaram à vida de Juliane Bagno, de 22 anos. Como tem uma agenda cheia com estágio, faculdade e trabalho paralelo como ;freelance; em um website, ela decidiu entrar na academia para cuidar da própria saúde. ;Fiquei muito sem tempo para cuidar de mim. Comecei a sentir muita dor na coluna e no pescoço;, lamenta.
Juliane passou a frequentar a academia na última semana de 2017 e a promessa para 2018 é cuidar melhor de sua saúde. ;No último ano eu me cuidei bem pouco. O Reflexo foi instantâneo. Esses foram os maiores motivos pelos quais eu resolvi me matricular na academia;, justifica. Ela afirma que entende o fato de muitas promessas de ano novo serem ;projeções superficiais;, mas lembra que, como o caso dela é motivada pelo próprio bem estar, a promessa é mais forte.
**Estagiário sob supervisão de