postado em 02/01/2018 17:51
No momento em que ocorreu a rebelião no presídio de Aparecida de Goiânia (GO), na segunda-feira (1;/1), apenas cinco agentes penitenciários faziam a segurança de 768 detentos. O Superintendente Executivo de Administração Penitenciária, tenente-coronel Newton Castilho afirmou, em coletiva de imprensa, que o número é baixo, mas "era o que tinha". Segundo ele, o ideal seria um profissional para cada cinco presos. Um projeto que convoca 1,6 mil vigilantes temporários estava parado na justiça, mas devido à situação emergencial deve ser liberado nas próximas semanas. "Os problemas existem e precisam ser enfrentados."
Na ocasião, presos que estavam na ala C invadiram as alas A, B e D, e houve confronto. Nove pessoas morreram, sendo que dois presos foram decapitados e os demais, carbonizados. Outros 14 ficaram feridos. As forças de segurança ainda procuram 99 detentos foragidos, e 153 presos foram transferidos para outras unidades do estado. "O que ja deu uma desafogada na questão da superlotação carcerária", apontou Newton. A penitenciária tem capacidade para 530.
A barbárie ainda poderia ser maior, uma vez que encarcerados que trabalham fora estavam em horário de serviço. Os que se encontravam na unidade no momento da rebelião são chamados de bloqueados, pois progrediram do regime fechado para o semiaberto, mas não comprovaram vínculo empregatício e, por isso, não possuem permissão para sair.
Segundo informações iniciais, motivo da rebelião seria a má condição que os detentos vivem, incluindo problemas na qualidade da comida, falta de água e de luz. Newton Castilho desmentiu a situação. "O que eles comem é um serviço terceirizado e tem um cardápio previsto por nutricionistas. Às vezes não tem aquela variedade".
Os corpos dos detentos que morreram ainda não foram liberados, nem identificados, pois muitos foram carbonizados. De acordo com Castilho, a identificação dos foragidos deve ser concluída ainda nesta terça-feira (2/1).