De acordo com nota divulgada pelo TJ, a 14; Vara Cível homologou os acordos de indenizações para 86 parentes de vítimas no acidente, ocorrido em 17 de julho de 2007, no aeroporto de Congonhas. O acordo foi homologado pela juíza Aline Gomes Espíndola e publicado no último dia 5.
;O processo tem mais de 15 volumes e os beneficiários foram divididos em grupos. Os valores a receber por beneficiário são variáveis, levando em conta fatores como a proximidade de parentesco com a vítima;, informou a nota do tribunal.
Procurada através de sua assessoria, a Airbus confirmou o acordo fechado com parte dos parentes, mas não quis detalhar o valor acertado nem outros dados. A empresa também se exime de qualquer culpa no acidente.
;A Airbus se solidariza com os familiares das vítimas do acidente com o voo JJ 3054. A companhia confirma que chegou a um acordo com as famílias, mas ressalta que o acidente não foi causado por nenhuma falha relacionada à aeronave. O acordo não implica de nenhuma maneira um reconhecimento de culpa por parte da Airbus. A Airbus não comentará os detalhes do acordo em respeito à privacidade das famílias das vítimas;, diz nota da empresa.
Valor da vida
Para o jornalista Ricardo Gomes, que perdeu o irmão Mário Gomes na tragédia, nenhuma indenização representa o valor da vida perdida. ;Isso aí não é uma coisa importante para nós. Não é um dinheiro que vem com alegria. Qual é o indexador do preço da vida?;, questionou Ricardo.
Ricardo trabalha como assessor de imprensa informal do grupo e não entrou no processo contra a Airbus, mas para ele, apesar das indenizações, não foi feita justiça: ;Tivemos 199 pessoas mortas e zero pessoa punida. Continuamos um bando de perdedores, pois o nosso desejo é que houvesse punição exemplar. O acidente foi causado pela ganância, pela negligência e pelo descaso;.
O acidente da TAM ocorreu quando o avião não conseguiu parar na pista de Congonhas e caiu sobre o prédio de cargas da própria companhia, do outro lado da Avenida Washington Luís, causando um grande incêndio, matando passageiros, tripulantes e pessoal em terra. O avião vinha de Porto Alegre.
De acordo com as investigações, por um erro no posicionamento dos manetes, que determinam a aceleração ou reduzem a potência do motor, a aeronave não parou. Um dos manetes estava na posição de ponto morto, mas o outro em posição de aceleração.