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Três meses após apoiar intervenção militar, general do Exército é afastado

Em setembro, Mourão foi criticado ao declarar, em nome do Exército, que, "diante da crise enfrentada pelo país, pode haver uma intervenção militar

Em setembro, Mourão foi criticado ao declarar que, "diante da crise enfrentada pelo país, pode haver uma intervenção militar caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições". A afirmação foi feita em palestra realizada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, após o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar pela segunda vez o presidente Michel Temer, por participação em organização criminosa e obstrução de Justiça.


Sem cargo, mas com salário

Embora tenha sido afastado de suas funções, o general vai continuar recebendo remuneração, por ser "oficial de carreira". A mudança, no entanto, é vista como uma punição da Força, mais especificamente de Villas Bôas, pelas declarações controversas de Mourão. Desde o caso ocorrido há três meses, uma equipe estuda alternativas discretas para fazer com que Hamilton Mourão perca visibilidade, mas ele só foi retirado do cargo após falar, na última quinta-feira (7/12), sobre a possibilidade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de "caos" no país.

Ele comentou a situação a uma plateia no Clube do Exército, onde estava a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Sua palestra, com o tema "Uma visão daquilo que me cerca", reuniu críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff (ambos do PT) e também a Michel Temer (do PMDB).

Em outubro de 2015, Mourão já havia protagonizado outro episódio polêmico, ao criticar o governo e a então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ele perdeu o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças, um cargo burocrático. Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, Mourão poderia ser punido por dar declarações de cunho político, sem autorização de seu superior hierárquico.