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Aluno usou arma de pais PMs em tiroteio em colégio de Goiânia

Estudante abriu fogo e matou dois colegas em uma escola da capital goiana no início da tarde desta sexta-feira (20/10)

Gabriela Vinhal, Danilo Queiroz - Especial para o Correio, Ana Carolina Fonseca*, Philipe Santos*, Hellen Leite, Fernando Jordão
postado em 20/10/2017 15:04
Movimentação em frente à escola onde aconteceu o tiroteio, em Goiânia
O estudante de 14 anos que abriu fogo e matou dois colegas em uma escola de Goiânia é filho de policiais militares e usou a arma da mãe para cometer o ataque. O pai do rapaz é major da corporação. A mãe, por sua vez, ainda não teve a patente divulgada. As informações foram confirmadas ao Correio pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

[SAIBAMAIS] O ataque à escola aconteceu no fim da manhã desta sexta-feira (20/10). Os estudantes João Vitor Gomes e João Pedro Calembro foram baleados e morreram no local. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Goiás, outros quatro estudantes ficaram feridos. Três em estado grave. O atirador e as vítimas estariam no oitavo ano do ensino fundamental.

Três feridos - duas meninas e um menino - foram encaminhados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo a unidade, os três se encontram em estado grave. Uma quarta vítima foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goiânia e está internada, porém não corre risco de morte, segundo informações do hospital. Já o atirador foi apreendido pela Polícia Militar de Goiás.

De acordo com o pai de um dos alunos, o garoto não tinha uma vítima específica e "entrou atirando aleatoriamente". O Correio procurou o colégio Goyases que, por sua vez, não quis se pronunciar por "não ter condições". As aulas na instituição foram suspensas.

Bullying

O estudante que abriu fogo na escola era alvo de bullying no colégio. Quem confirmou as informações à reportagem do Correio foi tia de uma das colegas de classe do menor, a psicóloga Juliana Matos Gomes, 33 anos.

A sobrinha de Juliana detalhou que o suspeito sentava na última cadeira da sala, era excluído pelos outros jovens e sempre foi alvo de ofensas por causa de seu cheiro. Em uma ocasião, os estudantes chegaram a jogar desodorante no adolescente, como uma "brincadeira".

"Os colegas de sala implicavam com ele por causa do cheiro. (...) Minha sobrinha disse que [o atirador] chegou a mirar na cabeça de um dos meninos que cometia bullying contra ele, mas não sabe se chegou a acertá-lo. Graças a Deus ele não teve o controle de mirar certo", disse.

Segundo a sobrinha da psicóloga, o jovem teria assistido à aula e, no fim, fez os disparos. Ele teria utilizado a arma da mãe, que é militar. Três vítimas foram levadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e estão em estado grave. A quarta foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goiânia, estável.
Justamente nesta sexta-feira (20/10) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Bullying. A data é considerada um alerta internacional para o problema comum, que muitas vezes é negligenciado em esferas públicas. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três crianças do mundo, de 13 a 15 anos, é vítima de bullying em colégios.
* Estagiários sob supervisão de Anderson Costolli

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