Diário de Pernambuco
postado em 13/10/2017 12:50
O fotógrafo Paulo Roberto da Silva, de 30 anos, tentou algemar a ex-namorada, o pai e a mãe dela, antes de atirar contra as vítimas, que teriam se recusado. Primeiro, ele matou o médico Ênio Régis, de 58 anos, com um tiro único no pescoço e em seguida assassinou Paula Maria Régis, de 20 anos, com um tiro na cabeça. Os dois morreram na hora. Por último, ele atirou contra Suzana Régis, única sobrevivente. Com um tiro de raspão da cabeça, antes de entrar no bloco cirúrgico, ela contou que tirou a arma das mãos do assassino e a escondeu em um balde depois que ele atirou contra a própria cabeça, com receio que ele recobrasse a consciência e atirasse novamente contra as vítimas. Paulo morreu no local.
[SAIBAMAIS]As informações foram divulgadas no final da manhã desta sexta-feira (13/10) pelo chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle. Na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, ele disse ainda que a arma utilizada no crime, um revólver calibre 38 e as algemas, pertecem ao padrasto do suspeito, um sargento reformado da Polícia Militar.
A polícia não sabe se Paulo já havia agredido a ex-namorada anteriormente. Não havia registro na polícia de ameaças ou agressões. De acordo com Joselito, o caso está sendo tratado como feminicídio. A polícia trabalha com a principal hipótese de que o agressor cometeu os assassinatos e a tentativa de assassinato por não aceitar o fim do relacionamento e aguarda um novo depoimento de Suzana, ainda hospitalizada no Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho.
Os crimes foram registrados na noite de ontem em um imóvel do Condomínio Enseadinha, em Serrambi, praia de Ipojuca, litoral Sul de Pernambuco. Paulo entrou pela porta da frente da casa. Os corpos foram encontrados na cozinha. De acordo com a perícia realizada ontem pelo Instituto de Criminalística (IC), o local do crime não tinha sinais de luta corporal e a arma, um revólver calibre 38, teria sido retirada das mãos do suspeito pela sobrevivente, e sido deixado dentro de um vaso de plantas.
O crime aconteceu por volta das 20h. Testemunhas contaram que Paulo estava em uma festa com a família, quando teria saído discretamente, levando a arma do pai, um policial militar reformado. A equipe do DHPP chegou ao local por volta das 22h30, junto com o Instituto de Criminalística (IC), realizando as primeiras investigações e coleta de provas.