No dia 15, Mourão afirmou que "ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então teremos que impor isso". Villas Bôas disse que a decisão de não punir Mourão se deveu à preocupação com a eventual criação de uma rede de solidariedade a favor dele, o que poderia contaminar a sociedade civil, hoje polarizada.
O conteúdo da palestra do comandante do Exército, que ocorreu no ocorreu no Comando Militar do Leste (CML), não foi divulgado oficialmente pela corporação.
De acordo com presentes, Villas Bôas foi questionado pelo general Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, ex-presidente do Clube Militar e ex-comandante da Amazônia, sobre o uso político da Força. O comandante do Exército respondeu dizendo que todo emprego das tropas tem caráter político, e que a Força não pode se limitar a se preparar para combater o inimigo externo.
Para Villas Bôas, diante da gravidade da segurança pública, por exemplo, os militares não têm como se negar a participar de atividades preventivas. Ações como a que está acontecendo atualmente no Rio, segundo ele, não acontecem por iniciativa própria do Exército. O conceito de que as Forças Armadas têm de estar à disposição para atender demandas da sociedade é universal, explicou.
O comandante do Exército ressaltou, no entanto, que tem apontado, junto ao Ministério da Defesa, a importância de se limitar o uso de força militar em situações como a do Rio. Na opinião de Villas Bôas, a presença dos militares em operação de rua deve se limitar ao apoio às forças de segurança estaduais.
Após a reunião, o comandante do Exército publicou uma foto e uma mensagem no Twitter sobre o encontro com os generais: "Estive com oficiais generais da ativa e da reserva no RJ. O objetivo foi orientar, pessoalmente, os integrantes do @exercitooficial. #Coesão".
O general usa com frequência as redes sociais. No Twitter, tem 26,2 mil seguidores.