A ex-ministra fez um apelo para que Temer revogue completamente o decreto que extinguiu a reserva. Na segunda-feira, 28, o Palácio do Planalto apenas reformulou o texto. Marina disse que não era sinal de "fraqueza" voltar atrás de decisões e reconhecer equívocos. "Não é fraqueza corrigir os erros. Fracos são aqueles que persistem nos erros a mando dos que igualmente estão errados para se sustentar no poder", disse.
Segundo Marina, Temer tem a "oportunidade" de revogar o decreto não para "embromar" a sociedade brasileira, mas para proteger a área contra a mineração, o desmatamento, a poluição e a grilagem
Sem citar a ex-presidente Dilma Rousseff, Marina afirmou ainda que os "retrocessos" na área ambiental são fruto de "falta de visão estratégica" e começaram a acontecer a partir de 2012.
"E agora tem o tiro de misericórdia porque virou moeda de troca, a agenda ambiental, a agenda indígena, a agenda de direitos humanos, é o que primeiro entra na conta das negociatas", disse, referindo-se à gestão Temer.
Para Marina, chegou a hora de a sociedade civil organizada dizer que não aceita "nenhum retrocesso a mais". "Nos governos anteriores, se fazia decretos para criar reservas ambientais, não para extingui-las", afirmou.
O ato realizado nesta quarta foi organizado pela Frente Parlamentar Ambientalista, que é coordenada pela deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que é do mesmo partido de Marina. Durante o ato, a Avaaz (rede para mobilização social global através da internet) entregou aos deputados as quase 700 mil assinaturas coletadas em um abaixo assinado online contra a destruição da Amazônia.
Além de Marina, parlamentares de diferentes partidos e representantes de organizações do movimento ambiental participaram da manifestação. Mudas de ipês foram distribuídas durante o evento.