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Barco que afundou no Rio XIngu partiu com 30 toneladas de carga

O proprietário foi indiciado e deve responder pelo crime de expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação marítima, fluvial ou aérea

Em um novo depoimento à Polícia Civil, o dono da embarcação que naufragou no Rio Xingu, no Pará, disse que o barco saiu da cidade de Santarém com 30 toneladas de carga. Alcimar Almeida da Silva, proprietário da empresa Almeida & Ribeiro Ltda, foi ouvido pela segunda vez nesta segunda-feira (28/8). O naufrágio resultou na morte de 23 pessoas entre passageiros e tripulantes. As informações são da Agência Pará, da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Na primeira oitiva, em 24 de agosto, Silva havia relatado apenas que o peso total da embarcação era de 7 de toneladas no momento do acidente, mas não contou a carga total do barco quando partiu de Santarém. Ao longo do percurso, parte das mercadorias teria sido desembarcada. O barco que afundou na noite do dia 22 deste mês transportava um carro e duas motos e não tinha lista oficial de passageiros.

Silva alegou que esta foi a primeira vez que o barco transportou um carro e disse que o veículo estava posicionado e amarrado de forma perpendicular ao barco, no convés principal, de maneira segura.

[SAIBAMAIS]O proprietário foi indiciado e deve responder pelo crime de expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar a navegação marítima, fluvial ou aérea. A pena é de dois a cinco anos de prisão.

De acordo com a Polícia Civil, a embarcação Capitão Ribeiro está içada à margem do Rio Xingu, próximo da sede da cidade de Porto de Moz. O delegado da cidade, Elcio de Deus, pediu a perícia do barco e deve ouvir, ainda, ribeirinhos que ajudaram no socorro às vítimas. O prazo para o término do inquérito é de 30 dias, mas pode ser estendido por mais um mês.