Um esquema criminoso que teria movimentado até agora cerca de R$ 30 milhões é alvo de uma grande ação da Polícia Federal nesta quinta-feira (10/8). A operação intitulada Hicsos II ocorre no Distrito Federal e em cinco estados. De acordo com a investigação, grupos de empresários e agentes políticos foram identificados como financiadores do roubo de cargas de grande valor em diversas cidades.
A força-tarefa inclui a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar de Goiás (PMGO), além de contar com apoio do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Para a ação de hoje foram às ruas 450 policiais para cumprir 91 mandados judiciais, sendo 40 de prisão em cidades de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e no DF. Os envolvidos responderão pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e receptação.
Informações obtidas pela investigação permitiram que a polícia identificasse as pessoas responsáveis por financiar a quadrilha especializada em receptação de cargas. Uma vereadora suplente, alvo de prisão, é suspeita de lavar dinheiro para integrantes da organização criminosa. A investigação chegou até ela por intermédio do marido da vereadora, que havia sido preso na primeira fase da operação.
Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela PRF, mostram o momento da prisão de suspeitos. Veja:
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Imagens de câmeras de segurança, divulgadas pela PRF, mostram o momento da prisão de suspeitos. Veja:
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[SAIBAMAIS]No curso da investigação, segundo a PF, já haviam sido presas 30 pessoas. A PF também apreendou 15 armas de fogo, 15 veículos roubados. Mais de meio milhão de reais em cargas roubadas foram recuperados. Segundo a PF, um dos investigados está foragido e há indícios de que esteja na Inglterra. Para capturá-lo, a PF vai solicitar apoio às autoridades do país e à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Primeira fase
Ao menos 104 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no roubo de cargas durante a primeira fase da Operação Hicsos. De acordo com a PF, o método usado para o crime era o mesmo: eles abordavam os motoristas em rodovias de todo o país utilizando barreiras falsas. Segundo a investigação, os criminosos usavam coletes de fiscalização e veículos equipados com sineres e giroflexos. Assim que paravam os motoristas, eles faziam uma avaliação da carga e, quando identificavam produtos de alto valor comercial, anunciavam o assalto. As ações eram facilitadas com o uso de equipamentos de alta tecnologia que evitam o rastreamento dos veículos.