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Campanha arrecada recursos para criar Casa de Acolhimento LGBT em Manaus

O projeto prevê que a Casa funcione durante um ano com os recursos arrecadados. Depois a gerência do espaço será transferida para o poder público

Ter que sair de casa por causa da orientação sexual é um drama enfrentado diariamente por gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Em Manaus, no Amazonas, a situação não é diferente. Preocupada com essa realidade, o coletivo Manifesta LGBT%2b quer criar na cidade uma casa de acolhimento. Para isso, está sendo feita uma campanha de arrecadação de recursos.

[SAIBAMAIS];Dentro do próprio Manifesta já tinham duas pessoas que foram expulsas de casa. Um dia dormem em um lugar, outro dia em outro. E essa realidade quando ficou mais próxima fez a gente despertar o projeto. A gente chegou a essa planilha de itens que precisamos como eletrodomésticos, mobília, utensílios de cozinha, de limpeza, higiene pessoal e de supermercado. E a parte mais alta do projeto que entrou nessa planilha foi orçamento da casa, o aluguel;, explicou o presidente do movimento social, Gabriel Mota.

De acordo com Gabriel, já existe um pré-cadastro com cinco interessados em morar no local, que terá capacidade inicialmente para receber até oito pessoas.

O projeto prevê que a Casa funcione durante um ano com os recursos arrecadados. Depois a gerência do espaço será transferida para o poder público. Além de acolher essas pessoas, a ideia é que no abrigo elas sejam ressocializadas, capacitadas para o mercado de trabalho e ainda recebam assistência social, jurídica e psicológica.

;Nós vamos acolher essas pessoas por um período que pode ser de três a seis meses até que elas estejam estabilizadas emocional e psicologicamente. E a gente vai encaminhar por meio da rede serviço público e parceiros. Tem empresas que estão interessadas em estar conosco, que tem essa iniciativa de empregabilidade da comunidade LGBT. A gente está articulando para inserir essas pessoas no mercado de trabalho pra que elas consigam seguir sua vida dignamente;, destacou Sebastiana Silva, gerente de Diversidade e Gênero da Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania.

Caso seja criada, a instituição será a primeira desse tipo na região norte. Espaços semelhantes já funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro. Interessados em contribuir com o projeto devem acessar até o dia 15 de agosto o de financiamento coletivo.

Mais informações também estão disponíveis na página do Coletivo Manifesta LGBT no Facebook.