A estratégia do governo para as operações de Garantia da Lei da Ordem (GLO) vão mudar. Antes, o envio das tropas era autorizado por decreto presidencial após pedido do governo do Estado e comunicado publicamente. A partir de agora, segundo o ministro, militares serão enviados sem comunicação prévia e para ações pontuais.
O decreto continua sendo necessário, pois é exigido por lei, e será feito em publicação extraordinária do Diário Oficial da União. "Estamos mudando a cultura. As operações serão feitas sobre três pilares: inteligência, integração (com Força Nacional e polícias) e surpresa, surpresa, surpresa", afirmou.
Ele disse que a estratégia é semelhante à adotada pela Polícia Federal (PF) em operações especiais. "Nem o governador vai saber antes. Vai saber na hora. Vamos chamar uma coletiva de imprensa e comunicar no momento ou após a operação", detalhou.
O prazo para vigência do decreto também pode ser diferente. "Eu, particularmente, prefiro que esteja valendo até o fim do governo e que nesse período realizamos ações pontuais", disse. Jungmann também relatou que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pede, constantemente, o envio das Forças Armadas ao Estado. "Ele já pediu, sempre pede."
Para o ministro da Defesa, as ações realizadas anteriormente não cumpriram o objetivo plenamente. "Só estava baixando a febre. Os militares ficavam nas ruas, dava uma sensação de segurança e depois o problema voltava." Com o novo modelo, será possível se precaver de vazamentos e frustrações nas operações, ressaltou.
Em reunião na quinta-feira (20/7) entre o presidente Michel Temer, Pezão e ministros, foi comunicada a criação de um Estado-Maior de Comando no Rio, que há dois dias foi formulado para integrar as operações do Exército, Marinha e Aeronáutica. "Isso já mostra que vamos enviar (as tropas)", declarou Jungmann.