A história ganhou repercussão após Elaine Mafra, mãe de um dos alunos, divulgar, no Facebook, um comunicado da escola, que pede aos alunos do quarto ano a utilização do figurino para a festa.
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Na mesma publicação, feita nesta quarta-feira (28/6), Elaina explica que os "favelados" foram orientados a vestir bermudas, óculos escuros e bonés. "São preconceitos como esse que geram os esteriótipos, que por sua vez causam a discriminação e arruinam a vida de tantas pessoas", afirmou a catarinense.
Elaine explica, ainda, que outra parte dos alunos iria fantasiada de médico, advogado entre outras profissões, representando as outras partes da capital carioca. Para Mafra, "fantasia de FAVELADO DO RIO DE JANEIRO é de professor, policial, jornalista, estudante, dona de casa.... Porque eu tenho certeza que essas classes não moram na Barra da Tijuca ou em Copacabana".
Após a divulgação do comunicado, a diretora da escola, Fabiana Almeida, pediu desculpas pelas "duas palavras, no mínimo, infelizes" que foram utilizadas. Ela explicou que a celebração tinha a intençao de falar, positivamente, sobre a integração entre comunidades no Rio, e não criar preconceitos.
Segundo a diretora, os alunos passaram o primeiro trimestre do ano aprendendo sobre cidadania, e a vestimenta seria utilizada em uma apresentação da música Alagados, dos Paralamas do Sucesso, no encontro anual de país e alunos, que neste ano recebeu o tema Cidadania Solidária.
O colégio emitiu um comunicado nas redes sociais pedindo desculpas pela situação e afirmando que jamais teve a intenção de criar esteriótipos e preconceitos.
Leia o comunicado na íntegra:
Viemos através desta transcrever nossos mais sinceros pedidos de desculpas, pois ainda que possamos ter explicações, reconhecemos a inadequação de uma frase descontextualizada. Ouvimos cada um de vocês, e explicamos o contexto da ação. Jamais teríamos a intenção de criar estereótipos. Nosso espírito educacional é sempre na intenção de realizar ações que possam somar com a comunidade. É de prática cotidiana o acolhimento e humanização a nossos alunos, famílias e funcionários. Houve um sério equívoco no bilhete enviado às famílias dos quartos anos e que separado do contexto a que pertencia tornou-se inaceitável. Esclarecemos que a atividade proposta foi na verdade baseada na canção ;Alagados; do conjunto Paralamas do Sucesso, onde é citado a Favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, onde vivem hoje 130 mil pessoas, em comunidades que se estendem entre a avenida Brasil e a Linha vermelha ; duas das mais importantes vias de acesso à cidade. Não viemos criar muros e sim trabalhar e expor estes movimentos de cidadania e inclusão.
Não aceitamos racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer intolerância de classes. Nossos 55 anos de história atestam esta postura. Convidamos a todos para acompanharem o nosso trabalho que sempre privilegiou os valores e reafirmar que repudiamos toda e qualquer forma de exclusão.Contamos com a compreensão nesse momento e as providências internas já foram tomadas.
Por isso estamos indo além do pedido de desculpas. Assumimos aqui um compromisso público de sermos cada vez mais intolerantes e intransigentes nesse sentido.Enfrentaremos esse momento com humildade e o superaremos, fica o aprendizado.
Atenciosamente,
A Direção
Para os pais, um comunicado semelhante foi enviado afirmando que houve um sério equívoco, pois as palavras, separadas do contexto a que pertenciam, tornaram-se inaceitáveis.
*Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli