Em abril, Cuba havia suspendido o envio de profissionais ao programa, em reação ao aumento expressivo de médicos que, chamados de volta pelo país, entraram na Justiça e obtiveram o direito de continuar no Mais Médicos. Foram ao menos cem profissionais com liminares.
Em uma reunião realizada há duas semanas, Cuba e Brasil entraram em acordo. O governo brasileiro informou que passaria a punir prefeituras que incentivassem cubanos a ingressar com ações na Justiça para permanecer no País. Além disso, abriu a possibilidade de Cuba negociar diretamente com prefeituras para enviar novos profissionais, desde que elas arcassem com o pagamento dos salários, em uma espécie de programa paralelo do Mais Médicos. Algo atrativo para o governo cubano, pois significa a possibilidade de expansão dos convênios e, consequentemente, de receitas.
Por causa do impasse dos meses anteriores, há o risco de o cronograma ser mais lento do que o inicialmente previsto - com a possibilidade de algumas cidades serem prejudicadas. Mas o objetivo é de que todas as vagas sejam respostas.
Críticas
Desde que assumiu a pasta, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, mostrou a intenção de reduzir a participação de cubanos no Mais Médicos. O ministro deixou claro que a atuação de estrangeiros ficaria restrita a áreas consideradas pouco atrativas para brasileiros, como distritos de saúde indígena.
Dentro da pasta, no entanto, é certo que a velocidade para substituição de cubanos por médicos brasileiros tem de ser controlada para evitar vazios assistenciais. Embora a resistência de profissionais brasileiros ao Mais Médicos tenha caído de forma expressiva, quando comparada aos primeiros meses do programa, há ainda um problema grave - os altos índices de desistência, uma dificuldade que não ocorre com cubanos.