Jornal Correio Braziliense

Brasil

Entidades se preparam para Dia Internacional de Enfrentamento da LGBTIfobia

Com 117 mortes de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais em 2017, entidades programam série de atos e marchas para celebrar o Dia Internacional de Enfrentamento da LGBTIfobia

Nos estados e municípios, os atos ocorrerão nas câmaras municipais e assembleias legislativas. Em Brasília, a data será marcada por um café da manhã com parlamentares e militantes LGBTI no Congresso. ;É um dia de denúncia, que é uma ferramenta fundamental para que se tome uma ação concreta para diminuirmos a falta de respeito existente entre gays, negros e todas as diferenças;, defende o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis.

Os militantes LGBTI promoverão ações no intuito de cobrar educação e respeito às diferenças, bem como criminalização à violência por orientação sexual e identidade de gênero. ;Tem lei que protege a criança, o idoso, o negro, a mulher e o indígena. Mas, para gays, lésbicas e trans, o Congresso ainda é totalmente omisso. Não há tipificação a esses crimes. Propostas existem, mas não avançam porque temos uma bancada fundamentalista do ódio, que acha que nós não devemos existir;, critica Reis.

Em escolas e centros de educação, onde o respeito deveria ser pregado e ensinado, o que se constata é o contrário, lamenta Reis. Dados da Secretaria de Educação e da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (ABGLT) apontam que 73% da comunidade sofre bullying nas escolas. O banheiro é um espaço evitado por 38,4%, que se sentem constrangidos ou inseguros. ;E 60% se sentem inseguros e 37% apanham nas unidades escolares;, relata Reis.

O cenário ideal, avalia Reis, é de que o respeito às diferenças seja ensinado desde a educação infantil. ;Temos que mostrar que todos são iguais em direito e diferente no seu modo de ser. Que as pessoas são católicas, evangélicas, espíritas e ateias. Que são brancas, amarelas e negras. Todos têm tipo de comida e gosto. Isso é respeitar as diferenças. Não queremos ensinar ninguém a ser gay ou lésbica. Até porque têm muita gente se assumindo. Queremos é respeito;, destaca.

Denúncia

Quem tiver o interesse em participar do café da manhã e das audiências públicas em celebração ao enfrentamento à homofobia e transfobia tem até hoje para solicitar a entrada aos organizadores do evento. ;Vamos usar a data para ressaltar a importância de fazer toda e qualquer denúncia de violência aos direitos humanos. O Estado existe para proteger as pessoas e promover o bem-estar social;, enfatiza Reis.

Dias de luta

A comunidade LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais) promove ações na quarta e quinta-feira de enfrentamento ao ódio e ao preconceito.

Violência

Somente em 2017, o movimento LGBTI calcula um total de 117 homicídios

(Des)Educação

Estudos apontam que 73% da comunidade LGBTI sofrem bullying na escola. 60% se sentem inseguros no colégio. E 37% sofrem violência física na escola.

Programação

Diante de tanta intolerância, o movimento promoverá ações em todos os 26 estados e no DF de conscientização e respeito às diferenças. Em Brasília, muitos atos serão organizados no Congresso. Confira:

Quarta-feira
8h30, café da manhã com parlamentares e militantes LGBTI. Local: Auditório Freitas Nobre ; Subsolo do Anexo IV da Câmara dos Deputados

10h30, audiência Pública em Comemoração ao Dia Internacional de Enfrentamento à Homofobia e Transfobia. Local: Sala Florestan Fernandes ; Plenário 9, ala Senador Alexandre Costa, Anexo II ; Senado

14h, audiência Pública ; Crimes de Ódio contra LGBTI. Local: Plenário 9 da Câmara dos Deputados

Quinta-feira
9h, seminário de Combate à LGBTfobia. Vai até as 13h. Local: Interlegis ; SAFN Anexo E do Senado ; Zona Cívico-Administrativa