No Rio há dois dias, os cerca de 300 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública que vieram de Brasília para ajudar no controle da violência ainda não saíram às ruas. Os homens estão baseados no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar do Rio (CFAP), em Sulacap, zona oeste da capital, e ainda aguardam orientações sobre suas funções na cidade.
A expectativa é que eles reforcem o patrulhamento de vias expressas, como a Avenida Brasil, as rodovias Dutra e Washington Luiz, que levam a São Paulo e a Minas Gerais, e a Linha Vermelha, e que coíbam o roubo de cargas de caminhões.
De acordo com informações do Ministério da Justiça divulgadas nesta quinta-feira, 11, as funções dos homens nessa estada no Rio ainda serão acertadas com a Secretaria de Segurança Pública do Rio. A secretaria, por sua vez, informou que antes mesmo da chegada dos homens já havia sido entregue ao governo federal seu planejamento para este emprego.
Agora, falta o alinhamento final, que sairá de uma reunião, na tarde desta quinta, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), entre representantes do ministério, da Secretaria de Segurança do Estado, da Força Nacional, da Polícia Militar e da Polícia Civil do Rio. Não foi divulgada a data em que os homens começarão o patrulhamento.
As equipes que vieram na terça-feira, 9, se unem ao contingente de 125 homens que já estava trabalhando no Estado e que tem como prioridade a guarda de prédios públicos - como o da Assembleia Legislativa do Rio. Na terça, a secretaria do Rio informou que o alinhamento vem sendo feito desde a semana passada, e que "por uma questão estratégica, este detalhamento vem sendo feito de forma reservada".
A pasta ressaltou então que "prioriza o controle dos índices de criminalidade e a atuação qualificada e integrada das polícias, reforçando as diretrizes de preservação da vida e dignidade humana". A ideia é dispor os integrantes da Força nas vias expressas porque o roubo de cargas vem capitalizando os traficantes de drogas. Então impedir mais roubos seria uma forma de enfraquecer as quadrilhas. Além disso, a vinda dos agentes libera os PMs para atuar em outros pontos sensíveis.
A solicitação de envio da Força foi feito pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao presidente Michel Temer (PMDB) há nove dias, no mesmo dia em que onze veículos foram incendiados a mando de traficantes em vias importantes da zona norte do Rio. Na ocasião, o governador afirmou, porém, que o pedido não tinha relação com os incidentes.
O presidente determinou aos ministérios da Defesa e da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a elaboração de medidas para enfrentar a crise de segurança fluminense. Isso deverá ser apresentado nesta quinta-feira numa reunião em Brasília. A intenção do governo federal é se chegar a uma operação integrada entre as instâncias semelhante à utilizada durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.